(Lucas Prates)
O Ministério Público quer que a Justiça mineira obrigue a mineradora Samarco a conter o vazamento de lama da barragem Fundão, em Mariana, região Central do Estado. Há cinco meses, a barragem rompeu provocando a maior tragédia ambiental do país.
Segundo o MP, até hoje os rejeitos de minério continuam escorrendo no local onde aconteceu a tragédia. Para evitar que a degradação aumente, os promotores responsáveis pela ação pediram que a Justiça determine prazo de cinco dias para que a Samarco faça as obras necessárias para impedir que a lama continue a contaminar o rio Doce.
Por meio de nota, a Samarco informou que ainda não foi oficialmente notificada da ação, mas garantiu que "os diques de contenção de sedimentos construídos pela empresa vêm apresentando funcionamento conforme esperado". Segundo a empresa, "à medida que os sedimentos se depositam em cada um dos reservatórios, a água segue mais clarificada".
Ainda conforme a mineradora, a estrutura do dique S3 está sendo alteada em 1 metro, permitindo o aumento da capacidade do reservatório de 1,7 milhão de metros cúbicos para 2,1 milhões de metros cúbicos. O tamanho do reservatório foi calculado prevendo um volume extremo de chuvas e o enchimento vem ocorrendo conforme esperado.
"Com o início do período seco, a Samarco trabalha da construção de uma nova estrutura de contenção, em aterro compactado, na saída da barragem de Fundão", reforçou.
A empresa ressaltou, também, que está fazendo o bombeamento da drenagem pluvial, pra reduzir a poluição do rio Doce.Leonardo Morais/Hoje em Dia / Leonardo Morais/Hoje em Dia
Tragédia
A barragem Fundão, da Samarco, se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O vazamento provocou uma "tsunami" de rejeitos de minério, devastou vilarejos, matou 19 pessoas.
O colapso da barragem gerou uma onda de lama que percorreu 55 km do Rio Gualaxo do Norte até atingir o Rio do Carmo, no qual percorreu mais 22 km, e chegar ao Rio Doce, no qual viajou mais algumas centenas de quilômetros até chegar ao mar, 16 dias depois, no norte do Espírito Santo.
No total, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 663 km de rios foram diretamente impactados. No trajeto, aproximadamente 40 bilhões de litros de rejeitos de minério matou várias espécies de peixes.