Mulher resgatada de lama presta depoimento sobre desastre em Mariana

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
17/10/2016 às 08:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:15
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Darci Francisca dos Santos, de 63 anos, foi uma das sobreviventes da tragédia ocorrida em Bento Rodrigues, no município de Mariana, Região Central de Minas, quando uma barragem de rejeitos rompeu provocando o maior desastre ambiental do Brasil. A mulher foi resgatada em meio a lama e, na tarde desta segunda-feira (17), prestará depoimento sobre a tragédia.

Ela será ouvida pelo delegado responsável pelo caso, Rodrigo Bustamante, na Delegacia de Ouro Preto, também na região Central do Estado. O depoimento vai integrar o terceiro inquérito da corporação que apura as lesões corporais graves das vítimas. O desastre que aconteceu em novembro de 2015 deixou 19 mortos, inclusive o neto de Darci.

Além do depoimento, a mulher irá encontrar a equipe de policiais civis e militares bombeiros que sobrevoou a área, localizou e resgatou a vítima e uma outra mulher de 28 anos.

Na semana passada, o Governo suspendeu as licenças ambientais do Complexo Germano, da Mineradora Samarco, a mesma proprietária da Barragem Fundão, que ruiu. O documento determina ainda a manutenção das obras e intervenções emergenciais e que sejam adotadas todas as ações necessárias a garantir e promover a segurança das estruturas e das ações de controle e monitoramento ambiental no complexo.

Desde a tragédia, vários executivos da empresa foram indiciados, mas nenhum preso.

Tragédia

A barragem Fundão, da Samarco, se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O vazamento provocou uma "tsunami" de rejeitos de minério, devastou vilarejos, matou 17 pessoas e deixou outras duas desaparecidas.

O colapso da barragem gerou uma onda de lama que percorreu 55 km do Rio Gualaxo do Norte até atingir o Rio do Carmo, no qual percorreu mais 22 km, e chegar ao Rio Doce, no qual viajou mais algumas centenas de quilômetros até chegar ao mar, 16 dias depois, no norte do Espírito Santo. No total, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 663 km de rios foram diretamente impactados.

No trajeto, aproximadamente 40 bilhões de litros de rejeitos de minério matou várias espécies de peixes. As causas do acidente ainda são desconhecidas e estão sendo investigadas.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por