'Não foi surto, foi perversidade', diz delegado sobre autor do ataque à creche de Janaúba

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
10/10/2017 às 18:01.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:10
 (Polícia Militar/Divulgação)

(Polícia Militar/Divulgação)

O delegado Bruno Barbosa, responsável pelas investigações em Janaúba, falou nesta terça-feira (10) sobre as apurações da tragédia, que já contabiliza 11 mortes, sendo 7 crianças e dois adultos, a professora e o autor. 

Segundo Barbosa, o motivo que teria levado Damião Soares dos Santos, de 50 anos, a colocar fogo nas crianças "não foi surto, foi perversidade". 

O delegado reforçou que o crime foi premeditado por causa de todos os indícios levantados durante as diligências, quando foram encontrados, na residência do autor, galões com combustível, que seguem sendo analisados pela perícia. A PC também levantou que Damião marcou simbolicamente a data, dia de aniversário de morte de três anos do pai dele. Testemunhas contaram que ele disse que daria um presente ao pai, que iria encontrar com ele.

As considerações em relação à saúde mental do suspeito também vão fazer parte do inquérito. Até o momento, o que foi levantado é que Damião sofria de transtorno mental, detectado em 2014 a partir de uma avaliação feita com psicóloga. Ela detectou uma disfunção de consciência e sugeriu acompanhamento psiquiátrico. Mas não foi encontrado, até agora, nenhum registro de consulta médica, receita, ou algo que comprove que ele fizesse uso de medicação. Ao que tudo indica, no momento da ação, ele não estava em surto psicótico.

De acordo com as investigações, o transtorno psiquiátrico sofrido por Damião o levava a crer que estava sendo perseguido, inclusive por sua mãe. Mas, de acordo com o perfil psicológico traçado pela perícia médica da PCMG, tal transtorno não o tornava uma pessoa agressiva ou impedida de realizar suas funções profissionais. Também foi apurado que ele era obcecado por crianças.

 A Polícia Civil tem até o próximo dia 5 de novembro para concluir o inquérito, mas o prazo pode ser prorrogado por mais 30 dias. O delegado explicou que o objetivo nesse primeiro momento não é atribuir responsabilidade penal a ninguém, mas permitir que o Ministério Público faça possa buscar indenizações para as vítimas.

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