Número de ocorrências relacionadas a muros na capital cresceu 80% em 2016

Alessandra Mendes
amfranca@hojeemdia.com.br
16/12/2016 às 08:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:06

A chuva sem trégua dos últimos dias, que já fez com que a média histórica para o mês fosse ultrapassada, acende o alerta para o risco de desabamento de muros na capital. Os registros feitos pela Defesa Civil durante o período chuvoso com relação a problemas nesse tipo de estrutura já são 80% a mais do que os da temporada anterior. De 1º de outubro até ontem, foram 212 ocorrências em todas as regionais, contra 117 no ano de 2015.

As regiões Nordeste e Venda Nova lideram o número de chamados com relação a problemas em muros neste período chuvoso, ambas com 39 ocorrências. Em 2015, foram 18 na regional Nordeste e 13 em Venda Nova. O maior aumento no número de registros ocorreu na região Norte, que já contabiliza 34 ocorrências, contra oito no ano passado, o que representa um crescimento de mais de 300%.

O aumento se deve, entre outras coisas, a um período chuvoso mais rigoroso, com a característica de encharcamento do solo. “Com essa chuva constante, é preciso melhorar a manutenção dos muros e os sistemas de drenagens para evitar problemas. As manutenções devem ser periódicas e o cuidado na hora da construção é fundamental”, afirma o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Alexandre Lucas.

Muitas estruturas ainda são construídas sem o devido acompanhamento de um profissional. “Muita gente acha que o muro de arrimo é uma estrutura corriqueira, que pode ser feita por qualquer um. É uma estrutura importante porque vai conter o terreno que está do outro lado, então requer um projeto que pense na fundação adequada, determine o tipo de esforço que a estrutura vai sofrer e ainda a forma de drenagem mais indicada”, observou o engenheiro e diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Alexandre Deschamps.

Os sinais que apontam problemas na estrutura podem ser notados nas rachaduras, afundamentos e acúmulo de água. Assim que algo diferente for identificado é preciso agir para evitar que a situação se agrave. Quando isso não acontece, os moradores ficam vulneráveis às possíveis consequências do desabamento do muro.

“Temos casos em que os moradores são avisados diversas vezes mas não tomam as providências. O risco de um desastre é grande e os sinais não podem ser ignorados”, ressaltou o coronel Lucas. No caso do desabamento do muro de uma casa no mês passado no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul, os moradores haviam sido alertados sobre o risco.

Situação semelhante à vivida por moradores de um condomínio no bairro Camargos, região Noroeste. Na quarta-feira, o muro do condomínio desabou sobre parte do prédio e 40 apartamentos tiveram que ser interditados. Conforme a Defesa Civil, ao menos quatro notificações sobre problemas no muro foram feitas neste ano, mas as providências não teriam sido tomadas.

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