Na guerra das ruas, carros matam um pedestre a cada 3 dias

Renato Fonseca - Hoje em Dia
17/03/2014 às 07:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:40
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

A cada três dias um pedestre morre atropelado em BH. A estatística, considerada alarmante por especialistas em trânsito, pode ser muito pior, já que leva em conta apenas as vítimas socorridas que deram entrada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII. A violência no tráfego da capital, favorecida pela batalha travada entre quem está a pé e motoristas, abre a segunda reportagem da série do Hoje em Dia sobre a incivilidade no trânsito.   Movimento simples e corriqueiro, o ato de atravessar a rua é um problema que trafega em mão dupla. De um lado, motoristas imprudentes que não respeitam a preferência de quem está a pé. Do outro, pessoas que desdenham passarelas, ignoram a faixa de segurança e “costuram” a pé entre veículos.   Apontado como um dos pontos mais críticos da cidade, onde variados excessos são cometidos, o hipercentro é uma das principais preocupações da polícia, conforme o Batalhão de Trânsito da PM. Ali, mais de um milhão de pessoas transitam diariamente.    No cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, a faixa de pedestres é uma verdadeira armadilha. Ao mesmo tempo em que carros param em cima das linhas brancas e avançam o sinal, pedestres arriscam a vida atravessando fora da faixa com o sinal verde para automóveis. “É a pressa”, limita-se a explicar a estudante Ana Silva, de 21 anos, abordada na Praça 7, após o ato falho. Comportamento inadequado que pode causar acidentes.    Coordenador do setor de emergência do HPS, o médico Sílvio Grandinetti afirmou que os atendimentos a atropelados estão entre as principais demandas do hospital. Idosos são a maioria das vítimas. “Também atendemos muitos jovens que se arriscam atravessando fora da faixa”, explicou.   Pernas quebradas e traumatismos cranianos são as lesões mais frequentes. Alguns ficam com sequelas e há casos, como as fraturas expostas, em que a recuperação pode levar até seis meses. Porém, os traumas não são apenas físicos. “Muitos ficam angustiados, sem poder trabalhar ou estudar. Em alguns casos é necessário um acompanhamento psicológico”, disse o terapeuta Ricardo Soares. 

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