Nova manifestação do Tarifa Zero complica o trânsito na região Centro-Sul de BH

Hoje em Dia*
20/05/2014 às 18:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:39
 (Samuel Costa/Hoje em Dia)

(Samuel Costa/Hoje em Dia)

  Uma nova manifestação organizada pelo movimento Tarifa Zero complicou o trânsito na região Centro-Sul de Belo Horizonte na noite desta terça-feira (20). Cerca de 90 pessoas se reuniram no encontro das avenidas Prudente de Morais e Contorno, na praça Desembargador Ayrton Maia, no bairro Cidade Jardim.    Essas duas importantes vias foram totalmente fechadas pelos participantes do ato e o fluxo de veículos precisou ser desviado por policiais militares para a rua Santa Catarina. Porém, o grupo também bloqueou esta via e a interdição causa reflexos nas praças da Savassi e Assembleia e até nas praças 7 e da Estação, no Centro de BH. Em seguida, o grupo interditou a avenida Olegário Maciel, na esquina com Contorno.   Nervosos com o longo congestionamento, alguns motoristas chegaram a discutir com os manifestantes, que sentaram no asfalto para impedirem a passagem dos condutores. Na esquina da rua Conde dos Linhares com avenida Olegário Maciel, uma mulher teria furado o bloqueio e o veículo acabou esbarrando em cinco manifestantes do Tarifa Zero.   Revoltados com a situação, os participantes do ato correram atrás do veículo e um deles deu um soco na motorista quando ela parou o carro em um semáforo. A mulher teve um corte nos lábios, mas dispensou atendimento médico e foi liberada pelos militares que acompanhavam o protesto. Na sequência, os manifestantes caminharam até a casa do presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, na rua Bárbara Heliodoro, no bairro de Lourdes. Em frente à residência, o grupo gritou "aqui, mora o ditador" e finalizou o ato após queimar catraca.   O protesto, intitulado de "5º ATO: SE A TARIFA NÃO BAIXAR, A CIDADE VAI PARAR!" foi marcado por meio de evento no Facebook e teve a confirmação de participação de 1.600 pessoas. No convite, representantes do movimento, que lutam contra o aumento da passagem de ônibus na capital mineira, pediram o apoio da população e enfatizaram o lema do protesto.   Na quinta-feira (22), os mesmos manifestantes prometem se unir aos servidores públicos de BH em greve e, mais uma vez, fecharem a Praça 7.   Entenda o reajuste   Os novos preços das passagens começaram a valer desde o último dia 10. No entanto, após o recurso para anular definitivamente o aumento ser negado pela Justiça no dia 9, o Ministério Público (MP) ingressou com novo pedido para tentar barrar o reajuste de 7,5%.    No agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo, encaminhado ao desembargador Kildare Carvalho, os promotores de Justiça Eduardo Nepomuceno de Sousa, João Medeiros Silva Neto, Elisabeth Cristina dos Reis Villela, Geraldo Ferreira da Silva, Júlio César Luciano e Raquel Pacheco Ribeiro de Souza pediram a "nulidade da decisão e desrespeito à preclusão pro judicato".   Os promotores alegam que "...a decisão que negou a liminar se mostra, além de ambígua e contraditória, contrária à ordem jurídica, pois permite a consolidação de ato administrativo sustentado em relatório técnico de dados projetados, postergando direitos sociais e princípios constitucionais". Além disso, garantem que "o perigo na demora da prestação jurisdicional é inequívoco, eis que todo cidadão usuário do transporte coletivo irá, imediatamente, arcar com o custo adicional do preço da passagem, pondo sua renda pessoal para custeio do sistema", diz trecho do agravo.   Impasse   O impasse entre o valor cobrado dos passageiros na capital mineira está sendo disputado na Justiça desde o início de abril. No dia 3 do mesmo mês, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou o reajuste, que começaria a valer a partir do dia 6. O executivo municipal informou que o reajuste teve como base um estudo realizado pela empresa Ernst & Young, contratada pela BHTrans.   Assim que o aumento foi anunciado, o MP ingressou com recurso e o aumento foi barrado provisoriamente. Entretanto, o juiz da 4ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal, Renato Luis Dresch, revogou a decisão. Com isso, o preço do ônibus convencional e das linhas que fazem integração com o metrô subiram de R$ 2,65 para R$ 2,85. Os coletivos circulares passaram de R$ 1,90 para R$ 2,05. Já os ônibus que circulam em vilas e favelas, cuja passagem custava R$ 0,60, passou a R$ 0,65.   O transporte do serviço executivo das linhas curtas subiu de R$ 4,00 para R$ 4,40 e das linhas longas de R$ 5,00 para R$ 5,45. Além dos ônibus, o serviço de táxi-lotação também foi aumentado, de R$ 2,90 para R$ 3,15.
  *Com informações de Rosildo Mendes   Atualizada às 21h16.

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