Operação da PF afasta oito vereadores em Governador Valadares

Ezequiel Fagundes
erios@hojeemdia.com.br
11/04/2016 às 13:03.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:53
 (Leonardo Morais/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

Por determinação da Justiça Federal, oito vereadores eleitos da cidade de Governador Valadares, na região Leste de Minas, foram afastados dos cargos por tempo indeterminado. O pedido foi solicitado pela força-tarefa da operação Mar de Lama, deflagrada nesta segunda-feira (11) pela Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU).

A estimativa de rombo é de R$ 1,5 bilhão em fraudes envolvendo contratos entre a prefeitura e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Os recursos desviados foram enviados pelo governo federal, de forma emergencial, para custear obras após os alagamentos causados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade em 2013.

Dos 21 vereadores da cidade, foram afastados pela Justiça Federal: Ricardo Assunção (PTB), Ananias Camelô (PSB), Geovanve Honório (PT), Glêdston Guetão (PT), Levi Vieira da Silva (PMN), afastado por envolvimento em outro crime, Marinaldo Carlos de Amorim, o Zangado (PROS), Sezary de Oliveira Alvarenga, o Cezinha da Alvarenga (PRB) e Milvio José da Silva, o Milvinho (PROS).

Além dos mandados de afastamento, os gabinetes dos parlamentares foram alvo de busca e apreensão de documentos. Como as portas estavam fechadas, os federais chamaram um chaveiro para entrar nos locais. Procurada, a assessoria de imprensa da Câmara Municipal não atendeu às ligações.

O esquema

De acordo com o MPF, a fraude foi descoberta depois que o governo federal repassou, em 2013, R$ 4.707.280,80 para que fossem realizadas obras emergenciais na cidade, que havia sido devastada por fortes chuvas.

Contudo, segundo apontou as apurações, foi constatado que a empresa contratada para fazer a limpeza do município não estava apta para realizar o serviço. Mesmo assim, a prefeitura dispensou licitação e contratou a empresa.

No derrorer da investigação, os órgãos federais descobriram um antigo esquema de desvio e apropriação de verbas, com pagamentos mensais de propina aos oito vereadores.
 
"Enquanto as investigações aconteciam, inclusive com interceptação telefônica autorizada pela Justiça Federal, a prefeitura firmou novo convênio, desta vez com o Ministério das Cidades, para obras de desassoreamento da lagoa do bairro Jardim Pérola. A mesma empresa foi contratada, prosseguindo-se o esquema nos moldes do contrato anterior", destacou o MPF.

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