Uma quadrilha suspeita de fraudar e causar prejuízo de R$ 1,5 bilhão na prefeitura e no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Governador Valadares, região Leste de Minas, está na mira da Polícia Federal (PF), que na manhã desta segunda-feira (11) deflagrou a Operação "Mar de Lama", em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU).

As investigações apontam que a organização criminosa é composta por agentes públicos do alto escalão da administração municipal e financiada por empresários contratantes com o serviço público. Para desbaratinar o grupo, a PF cumpriu oito mandados de prisão temporária, sendo cinco em Valadares, dois em Belo Horizonte e um em Jequeri, Zona da Mata. Dentre os detidos está o diretor-geral do Saae, Omir Quintino Soares.

Oito vereadores da cidade, além de 12 diretores do Saae, secretários municipais e diretores de órgãos públicos foram afastados dos cargos. A PF também determinou 17 bloqueios de bens e valores.

Além disso, os 260 policiais federais e 24 auditores da CGU que participam do "Mar de Lama" cumpriram 63 mandados de busca e apreensão - 47 em Valadares, nove em BH, dois em Nova Lima (RMBH), um em Esmeraldas (RMBH), um em Jequeri, dois em Castelo (ES) e um em Muqui (ES).

Investigação

Segundo a PF, os investigados teriam cometidos ao menos 150 crimes: oito de dispensa de licitação; três de fraude em licitações; três de peculato; 64 crimes de corrupção passiva; 64 de corrupção ativa; três de falsidade ideológica; um de violação de sigilo funcional; dois de advocacia administrativa; um crime de organização criminosa e um de associação criminosa.

Se condenados, a soma dos envolvidos pode chegar a 775 anos de prisão.

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