Operação da PF prende 30 por pedofilia, sendo um em Montes Claros

Estadão Conteúdo com Hoje em Dia
25/07/2017 às 14:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:44
 (PF/Divulgação)

(PF/Divulgação)

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (25), a 2ª fase da Operação Glasnost, que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet. A PF prendeu 27 em flagrante e três em custódia preventiva.

Em Minas Gerais, uma das cidades alvo foi Montes Claros, na região Norte. Lá, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de um estudante universitário, de 25 anos. De acordo com o delegado Pedro Dias dos Santos, o jovem havia feito cadastro no site russo e compartilhado fotos de crianças. As vítimas não foram identificadas e não há informação se elas são da região de Montes Claros. 

O jovem admitiu o compartilhamento, mas afirmou não saber que isso configurava crime. "Às vezes, a pessoa não tem ideia de que compartilhamento de fotos de pornografia infantil configura crime. Ainda que compartilhe por indignação ou curiosidade, isso é pedofilia", diz o delegado. 

"No Brasil, foram presos estudantes com 19, 20 anos de idade, foi preso um homem de 80 anos de idade - que mal conseguia respirar, sair da cama - em flagrante, foram presos professores, médicos, pessoas muito simples com condição financeira muito precária, pessoas com a condição financeira muito favorável, funcionários de alto escalão de determinados órgãos - todos esses fatos sem relação nenhuma com a atuação profissional da pessoa, mas sim pelo que ela fazia nos bastidores. Qual o perfil (dos pedófilos)? Não existe perfil", afirmou o delegado Flávio Augusto Palma Setti, da PF.

Megaoperação

Em nota, a PF informou que cerca de 350 policiais federais participaram da operação, cumprindo 72 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de condução coercitiva, em 51 municípios nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe. 

"Se não é a maior, é uma das maiores operações de combate à pornografia infantil já realizadas pela Polícia Federal", disse o delegado.

A ação é uma sequência da Glasnost, deflagrada em novembro de 2013, ocasião em que foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Foram ainda identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

A investigação teve como base o monitoramento de um site russo utilizado como uma espécie de "ponto de encontro" de pedófilos do mundo todo, e resultou na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como de diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, tendo sido identificadas, ainda, diversas crianças vítimas de abuso.

Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

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Investigação

Anteriormente à deflagração da segunda fase da operação, foram cumpridas medidas urgentes nas cidades de Osasco/SP, Presidente Prudente/SP, Porto Alegre/RS, Vila Velha/ES, Jundiaí/SP, Praia Grande/SP, Campo Grande/MS e Cachoeira do Itapemirim/ES, ‘tendo em vista a identificação de casos concretos de abusos sexuais contra crianças’. Em todos os casos foram presos os abusadores e identificadas as vítimas dos abusos.

Esses desmembramentos da operação foram executados no fim de 2014 (Osasco), em janeiro e fevereiro deste ano (Presidente Prudente, Porto Alegre, Vila Velha, Jundiaí e Praia Grande) e em abril e maio (Campo Grande e Cachoeira de Itapemirim). Flávio Augusto Palma Setti relatou que pais que teriam abusado de seus filhos foram presos.

"Antes da deflagração dessa fase foram executadas algumas diligências pontuais, porque surgiram informações concretas de abusos", afirmou o delegado.

O nome da operação - "Glasnost" - é uma referência ao termo russo que significa transparência. A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo. 

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