Operação fecha o cerco contra organização criminosa que desviava cargas apreendidas pela polícia

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
25/05/2017 às 12:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:43

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, deflagrou nesta quinta-feira (25) a operação “100 Anos de Perdão”, que investiga uma organização criminosa suspeita de realizar saque de cargas de entorpecentes, armas e cigarros contrabandeados do Paraná, na região Sul do país.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Uberlândia, Patrocínio, Uberaba e Araguari, no Triângulo Mineiro.

De acordo com a promotoria, a organização criminosa se dividia em dois núcleos: a célula paranaense, comandada por policial civil daquele Estado, e a célula mineira, chefiada por um policial civil de Minas, lotado na cidade de Patrocínio.

Esquema criminoso

O modus operandi da organização criminosa era o seguinte: o núcleo paranaense identificava as cargas que interessavam ao grupo e, então, instalava nos caminhões que as transportavam rastreadores via satélite, para monitorar todo o seu deslocamento.

O núcleo mineiro, integrado, entre outros, por nove policiais civis, aguardava a entrada dos caminhões no estado e fazia a abordagem do veículo, a prisão do motorista e a apreensão da carga. Contudo, ao invés de seguir os trâmites legais, os integrantes da organização criminosa saqueavam as cargas (armas, drogas e cigarros contrabandeados), que depois eram revendidas aos seus proprietários ou desviadas para venda posterior. Nas duas hipóteses, a finalidade da organização era a obtenção de vultoso lucro ilícito.

Os motoristas dos caminhões que transportavam as cargas eram mantidos em cárcere privado pelos integrantes da organização criminosa até que os produtos estivessem em local seguro. Com o êxito na desova das cargas, as vítimas eram liberadas, sem sequer serem qualificadas.

Segundo os promotores de Justiça do Gaeco de Uberlândia, Daniel Marotta Martinez, Adriano Arantes Bozola e Renata de Andrade Santos, há fortes indícios da ocorrência de vazamento de informações. Diante disso, será instaurado procedimento para apuração do crime de obstrução de justiça.

Saques e desvios de carga

Foram apurados, entre outros, os seguintes crimes, ocorridos em setembro de 2015, como saque e desvio de quatro toneladas de maconha e duas cargas de cigarro. O valor das cargas desviadas é de aproximadamente R$ 5 milhões.

Denúncias e crimes

O Ministério Público apresentou três denúncias pelos crimes de organização criminosa, crime de roubo e associação para o tráfico de drogas. Somadas, as penas podem ultrapassar os 12 anos de reclusão.

Mandados de prisão preventiva para 38 pessoas foram expedidos, porém a corporação informou que, no entanto, a maior parte dos denunciados conseguiu fugir.  

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