Ossada achada perto de Valadares é da menina morta pelo pai

Ana Lúcia Gonçalves - Do Hoje em Dia
10/09/2012 às 16:10.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:09
 (Reprodução Leonardo Morais)

(Reprodução Leonardo Morais)

GOVERNADOR VALADARES – Fim das buscas. A Polícia Civil de Governador Valadares encontrou a ossada da menina Nivia Victória Leite, de 2 anos, e descobriu que ela foi morta no dia 30 de janeiro, mesma noite em que a mãe, a cabeleireira Renata Aparecida Leite, de 25, foi assassinada com requintes de crueldade.

O acusado é o ex-agente penitenciário Breno Soares de Oliveira, de 31 anos, preso desde maio, que confessou ter matado a amante e a filha para esconder a relação extraconjugal. Oliveira é casado e pai de outros dois filhos.

O corpo da cabeleireira foi encontrado na manhã seguinte ao crime no Distrito Industrial. Tinha marcas de tiros e facadas. Desde então, a polícia e a família procuravam pela criança e acreditavam que pudesse estar viva. Os avós maternos chegaram a oferecer recompensa de R$ 5 mil a quem desse pistas da menina.

A esperança acabou em maio com a prisão de Breno e dois comparsas. Na versão da polícia, Breno sentiu-se chantageado por Renata. A cabeleireira queria que ele reconhecesse a filha e pagasse pensão.

Nas investigações a polícia chegou primeiro a Luciano Félix Rodrigues, de 23 anos, que contou detalhes do crime, indicou possíveis locais da desova e delatou Henrique Alves, de 27. Breno se mantinha em silêncio desde a prisão, mas na quinta-feira (5) decidiu falar sobre o crime e foi trazido da Penitenciária de São Joaquim de Bicas para prestar depoimento em Valadares. Ao juiz que preside o inquérito teria contado que matou e enterrou o corpo da filha.

No local indicado, às margens da estrada de acesso ao distrito de Paca, os policiais encontraram uma cova de 60 centímetros de largura por 80 de comprimento e a ossada coberta por cal.
Além de roupas, recolheu o par de sandálias cor de rosa que Nivia Victória calçava. “Foi uma ação premeditada. Breno levou pá para fazer o buraco e o cal para acelerar a putrefação”, conta o delegado da Homicídios, Vinícius Sampaio.

Segundo ele, encontrar o corpo da criança era questão de humanidade, pois dará à família a possibilidade de enterrá-lo com dignidade. A data do sepultamento ainda não foi marcada. A ossada segue nesta terça-feira (11) para o Instituto de Criminalística da Polícia Civil em Belo Horizonte para exames de comparação de DNA. O material será coletado da avó materna.

O inquérito da PC foi concluído em maio e os três homens indiciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A pena de cada um pode chegar a 30 anos de prisão cada um. Nenhum familiar de Renata e da filha foi encontrado para falar sobre o assunto. (Atualizada às 18:39)

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