(WESLEY RODRIGUES)
O belo-horizontino já começa a retirar casacos e cobertores do armário. As peças, aposentadas durante boa parte do ano, foram usadas pelos moradores da capital nesta semana, que chegou a registrar mínima de 13°C. E a previsão é de novas quedas na temperatura. Meteorologistas apontam que os últimos dias de outono – que termina daqui a pouco mais de duas semanas – terão cara de inverno.
Para não passar frio, a atendente Mariane Pereira, de 27 anos, já iniciou os preparativos. Ela, que admite já estar dormindo com duas cobertas, conta que comprou mais uma ontem. “Está até difícil levantar”, brinca.
Que o diga o estudante Mateus Brito, de 15 anos. O adolescente acorda cedo todos os dias para trabalhar e diz que nesta semana o desafio foi ainda maior. “Tive que dormir de moletom”.
O frio dos últimos dias, sobretudo nas madrugadas, está ligado à escassez de nuvens, um fenômeno típico dessa época do ano, diz o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Centro de Climatologia da PUC Minas,
“Quando há pouca nebulosidade, o calor do sol acumulado durante o dia não fica aprisionado e acaba subindo para a superfície. Como consequência, a temperatura cai durante a noite”, explica.
O meteorologista alerta ainda que o frio pode continuar nos próximos dias. “Em Belo Horizonte, a máxima não deve passar dos 23° C, e a mínima deve chegar, no máximo aos 12° C. Já no Sul de Minas, a previsão é de 4°C na Serra da Mantiqueira no fim de semana”, destaca.
Em 2015 e em 2016, a capital mineira sofreu influência do fenômeno climático El Niño, que afeta a temperatura no oceano Pacífico Equatorial. Por isso, foram registrados níveis mais altos de calor.
“Agora, o El Niño enfraqueceu e está neutro. Realmente, as temperaturas estão ligeiramente acima da média dos últimos anos”, reforça Heriberto dos Anjos.