Padre é preso suspeito de pedofilia em Uberlândia

Renata Galdino - Hoje em Dia
22/03/2014 às 16:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:47

A Diocese de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, afastou, neste sábado (20), o padre José Maria Pinheiro, de 48 anos, das atividades eclesiásticas na cidade de Araguari após denúncia de que ele teria oferecido dinheiro para fazer sexo oral em uma criança de 12 anos. O suspeito está preso.   A ocorrência foi registrada na noite de sexta-feira (21), mesmo dia em que o papa Francisco anunciou uma comissão para lidar com os casos de pedofilia.    Segundo a tia da suposta vítima, de 22 anos, o menino foi abordado quando seguia pela rua Sebastião Vogado, no bairro Goiás. “Ele estava jogando bola com uns amiguinhos. A avó estava junto, mas sentiu dor de barriga e foi para casa. Ele foi embora às 21h30”, conta.   Quando o garoto passou em frente à casa paroquial, no número 601, o padre o teria chamado. Conforme o boletim policial, o garoto contou que o suspeito teria oferecido R$ 20 para deixá-lo fazer sexo oral na criança. “Meu sobrinho falou ‘cê tá doido?’ (sic) e saiu correndo, chorando, até uma casa onde pediu par aligar para a minha irmã. Eu fui até a casa do padre, ele estava saindo de carro, e avancei nele”, diz a jovem.   A polícia foi acionada e, aos militares, José Maria negou a acusação. Ele foi ouvido na delegacia e levado para a cadeia em Uberlândia. José Maria Pinheiro foi preso em flagrante e indiciado no artigo 218b do Código Penal,  por "submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual menores de 18 anos". Se condenado, poderá pegar de quatro a dez anos de prisão.   Conforme a tia, a suposta vítima só chora. "Ele fica perguntando para a avó o porquê de ela não ter batido no padre", comenta a estudante. Ela disse que a família não foi procurada pela Diocese. "Nem sabemos se queremos ajuda deles", frisou.   O decreto do afastamento do eclesiástico foi publicado no site da Diocese de Uberlândia. Segundo o documento do bispo dom Paulo Francisco Machado, a medida é “para prevenir escândalos, proteger a liberdade das testemunhas e tutelar o curso da Justiça” até que os fatos sejam esclarecidos.   Confira na íntegra a nota publicada pela Diocese de Uberlândia:   NOTA AO PÚBLICO   A Diocese de Uberlândia, na pessoa do seu Bispo Diocesano, Dom Paulo Francisco Machado, vem apresentar nota ao público em geral, com relação aos fatos envolvendo a prisão do Padre José Maria Pinheiro, na cidade de Araguari, nesta Diocese, e que tomou as devidas providencias determinadas pelas leis da Igreja Católica, afastando-o de imediato das suas funções sacerdotais.   A Igreja, Mãe e Mestra, não pode aceitar qualquer tipo de comportamento contrário aos princípios da moral e ética cristãs destinados ao reto modo de viver de todos os seus filhos e filhas, chamados a um contínuo processo de conversão de todo tipo de pecado.   Declaramos ainda que a Igreja não é  responsável por atos particulares de seus membros. Reitera que aquele que infringir a Lei Moral e Cível, sendo maior de idade, é que deve assumir integralmente todas as conseqüências legais de suas ações perante as leis do Estado Brasileiro e da Igreja Católica. Ao clérigo culpado, e tão somente a ele, deve ser imputado o comportamento reprovável que viola não somente o Direito Penal Brasileiro, mas também as leis Eclesiásticas.   Nesse sentido, a Igreja se colocará à disposição da justiça no intuito de esclarecimento de todos os fatos. Ressalta que tomará rigorosamente todas as providências exigidas pela lei canônica e civil para apurar os fatos e se houver culpa, punir o responsável.   Temos consciência de que ao pecador acenamos com o caminho da conversão para acolher o perdão divino. Para o enfermo – não conhecemos os mistérios que cercam tais comportamentos – desejamos oferecer o remédio, mas para o delito almejamos a punição e que seja feita justiça.   Como Pastor de toda a Diocese de Uberlândia, com o coração profundamente ferido, quero dar-lhe voz para suplicar o perdão.   Dom Paulo Francisco Machado

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