O soldador Cristiano Alexandre da Silva, o pai que levou à força o filho de 4 anos de uma creche no bairro São Tomaz, na Região Norte de Belo Horizonte, voltou a entrar em contato com a unidade educacional onde Bernardo está matriculado . 

Segundo a coordenadora da creche, Cilene Ribeiro, ele teria dito nesta sexta-feira (22) que o filho está bem, que não queria trazer nenhum problema para a escola e que estava conversando com o advogado para poder se entregar. Entretanto, ele não disse quando isso acontecerá. O rapto da criança aconteceu na tarde de quarta-feira (20).

Na tarde de quinta (21), ele também havia ligado para a creche, quando pediu desculpas aos funcionários e informou que levaria o garoto para São Paulo. 

Desespero

Em entrevista ao Hoje em Dia, Cristiano contou que ele e o filho estão em uma cidade do interior e que pegou o menino por desespero, já que havia um ano e quatro meses que não via a criança. 

Cristiano confirmou que vem a Belo Horizonte para se explicar e contar sua versão da história para a polícia, mas garantiu que não trará Bernardo com medo de que fique, novamente, sem o filho. 

Novo depoimento

A mãe do garoto, de 28 anos, prestou novo depoimento à Polícia Civil na tarde desta sexta (22). Segundo informações da corporação, os detalhes não serão divulgados para não atrapalhar as investigações. 

Buscas pelo homem e o filho estão sendo feitas pela equipe da Delegacia Especializada de Proteção a Criança e Adolescente (Depca).

A primeira vez que foi ouvida, a mãe relatou que está separado do homem há um ano por causa de agressões físicas. Ela também disse que tem uma medida protetiva contra ele. Álbum de Família / N/A

Confira a entrevista com Cristiano Alexandre da Silva: 

Hoje em Dia: Porque você levou o Bernardo da escola?
Cristiano: Estão falando por aí que sou sequestrador, que roubei meu filho, que o levei à força. Mas na verdade eu sou só um pai que tomou uma medida desesperada depois de ficar sem ver meu filho por quase um ano e meio. Sou trabalhador, sou um homem honesto, jamais faria mal ao Bernardo. 

Hoje em Dia: E porque ficou tanto tempo sem vê-lo?
Crstiano: A mãe dele, depois que nos separamos, não me deixou mais vê-lo. Ficamos juntos por seis anos, e quando terminou, ela sumiu com o menino. Fui 26 vezes em BH tentando ver meu filho e ela não deixou. Em junho deste ano, no dia 28, fiz uma nova tentativa e consegui ficar algum tempo com o Bernardo. Mas, quando deixei com a mãe para ir à farmácia comprar uma chupeta, ela fugiu com ele de novo.  

Hoje em Dia: E porque a relação de vocês era ruim?
Cristiano: Depois que a gente terminou, tudo mudou muito. Ela falou várias vezes para o Bernardo que eu não era o pai dele, que o pai era outro, ficava tentando fazer a cabeça dele contra mim. E eu nunca aceitei isso.  

Hoje em Dia: Você tem medo de ser preso?
Cristiano: Preso por que? Que crime eu cometi? Se amar o filho e querer ficar perto dele for crime, então sim, podem me prender. Eu tô com a minha consciência tranquila. Meu telefone, por exemplo, é o mesmo, eu não mudei. Qualquer pessoa consegue me achar quando liga pra ele. Se eu tivesse uma intenção ruim, não teria dado um jeito de mudá-lo? Eles estão tirando o meu direito de ser pai, e eu cansei de esperar que a justiça me ajude porque até agora não ajudou em nada. 

Hoje em Dia: Você pretende se entregar?
Cristiano: Eu não preciso me entregar porque não cometi crime algum. Mas irei sim a Belo Horizonte para explicar a minha versão e tentar resolver a situação da melhor maneira. O que eu não aceito mais é ficar sem ver o Bernardo, nenhum pai quer isso. Ainda não decidi quando irei a BH, mas quero resolver tudo o mais rápido possível. 

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