Pais se juntam a filhos para pedir respeito às pessoas LGBT

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
18/02/2018 às 18:58.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:26
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Bloco de pop não é lugar só de jovem. Inclusive, no Fecha a Santa, que reuniu as baterias de Alô Abacaxi, Angola Janga, Garotas Solteiras e Corte Devassa, pais e mães de pessoas LGBT se juntaram à festa para pedir respeito aos filhos. Com adesivos, glitter no corpo e muita animação, as Mães Pela Diversidade também desfilaram com suas crias no Carnaval belo-horizontino.

A coordenadora do movimento Mães Pela Diversidade em Minas Gerais,  que defende os direitos das famílias de gays, lésbicas, bisexuais, trans e travestis, Myriam Salum, de 68 anos, lembra que é importante que os pais estejam também nas ruas lutando por direitos. "Para muitas mães e pais, ainda é vergonhoso que o filho seja gay. Muitos deles amam o jovem em casa, mas não conseguem mostrar para a sociedade esse amor. Por isso, é essencial que nós nos juntemos para mostrar a todos que pessoas LGBT têm família, que essa união existe e é como qualquer outra", explica. 

O movimento nacional ganhou expressão em Minas em maio do último ano e já reúne cerca de 80 pais. Myriam, que é mãe de um dos líderes da Frente Autônoma LGBT, relata que sentiu que precisava encontrar uma forma de organizar a ação política de mães e pais de filhos homossexuais. "Toda vez que os jornais anunciam a morte de uma pessoa gay por homofobia, fico com medo de ver a notícia e descobrir que é o meu filho ou de alguém que conheço. Essa é a forma que encontramos de protegê-los e ocuparemos todos os espaços com eles", diz. 

Felicidade

O militar reformado do Exército Eduardo Batista, de 61, lembra que precisou "sair do armário" para apoiar o filho. "Me assumir como pai de uma pessoa homossexual ajudou tanto a mim quanto a meu filho a aceitarmos a orientação sexual dele. Estou aqui porque quero que ele seja feliz", afirma.

O produtor cultural Fernando Salum, de 28 anos, filho da coordenadora do Mães Pela Diversidade, reforça que mostrar que o público LGBT tem família é uma estratégia para que as pessoas possam tratar a todos com cuidado e respeito: "uma das principais ferramentas de desumanização das pessoas gays é chamá-las de promíscuas, sem valores morais, sem família. Nós temos família sim e somos amados".

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