Pastor evangélico gay levanta a bandeira contra o preconceito em Belo Horizonte

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
04/08/2017 às 20:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:55

Se a presença do público LGBT dentro da Igreja Católica tem causado incômodo em fiéis mais conservadores, a militância de um pastor evangélico assumidamente homossexual também é motivo para polêmica. 

Gregory Rodrigues, fundador da Igreja Apostólica Bênção e Vida, assumiu a homossexualidade aos 12 anos, quando ainda sonhava em ser padre, devido à formação familiar católica. 

Na adolescência, diante da tensão entre a orientação sexual e a fé que buscava praticar, chegou a tentar suicídio. Na procura por uma forma de “se libertar”, Gregory conheceu a Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), uma entidade cristã inclusiva. Lá, ele conseguiu ser aceito e, em seguida, se tornar pastor. 

Foi a partir daí que o jovem, recém-formado em história e teologia, decidiu levantar a bandeira da inclusão e da diversidade. A escolha, porém, ainda enfrenta resistência e preconceito.

Gregory afirma que, em debates com religiosos ou pastores tradicionais, sempre se torna alvo de ofensas. “Falam que eu sou do demônio. Além disso, recebo mensagens de baixo calão nas minhas redes sociais, dizem que eu vou para o inferno”, relata.

O pastor destaca que a raiz dos desentendimentos está na interpretação bíblica, que na maioria dos casos é feita sem o uso do método histórico-crítico, isto é, interpretando os escritos dentro do contexto correto.

Nesse ponto, ele garante que a homossexualidade nunca foi desaprovada pelo livro sagrado. “O que a Bíblia condena é a promiscuidade e não um relacionamento pautado em compromisso. Não existe outra maneira de interpretar que não seja de uma forma contemporânea”.

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