PBH desativa centro de saúde no Cafezal e anuncia patrulha da Guarda Municipal

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
08/08/2018 às 20:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:50
 (LUCAS PRATES)

(LUCAS PRATES)

Vinte e sete casos de arrombamentos, assaltos, ameaças e até agressões foram registrados desde janeiro nos centros de saúde da capital, segundo dados do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). Duas queixas ocorreram na unidade que atende a Vila Cafezal, no Aglomerado da Serra, Centro-Sul. 

Na última terça-feira, uma mulher quebrou um vidro na recepção e ameaçou um funcionário durante atendimento. O fato levou a prefeitura a fechar o posto por tempo indeterminado. O espaço atendia cerca de 12 mil usuários, que agora terão que buscar outros quatro centros da região.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que a desativação era necessária também por questões de infraestrutura, já que o prédio – cedido pela associação de moradores – não atendia às normas do Ministério da Saúde.

A medida pegou algumas pessoas de surpresa. O eletricista Edson dos Santos, de 50 anos, perdeu um dia de trabalho para ir a uma consulta agendada para ontem. “Era dia de trazer retorno dos exames. Não sei se posso levar para outro médico”.

A técnica em enfermagem Elisabeth Figueiredo, de 44 anos, está há 23 na Vila Cafezal. Segundo ela, devido à insegurança, funcionários deixaram de trabalhar no local. “Perdemos uma pediatra que saiu porque foi ameaçada e uma enfermeira se transferiu para outro posto”.

Justificativa

O secretário de Saúde, Jackson Machado Pinto, disse que em janeiro de 2017 o prefeito Alexandre Kalil havia avisado aos moradores que a medida seria tomada em razão de novos casos de violência. “Naquela época, o posto ficou fechado por quatro dias. Nós temos dois guardas municipais fixos na unidade. O problema é que, além dos episódios recorrentes de violência, há a questão do espaço físico”.

Dois imóveis que ficam próximos à unidade de saúde foram apresentados pela comunidade como alternativas, mas ainda não há uma definição. Um plano de atendimento aos usuários deve ser informado hoje. “As equipes devem ser distribuídas para postos da região e os moradores, em caso de necessidade, podem procurar as unidades mais próximas”, frisou.

Patrulha

Ao comentar os casos de violência nas unidades, Jackson Machado disse que “quando uma comunidade nos sinaliza que é permitido roubar um centro de saúde, isso significa que aquela comunidade não está sentindo falta daquele centro de saúde”. Questionado sobre a fala, ele acrescentou que “a mãe do bandido consulta no centro de saúde, o filho do bandido consulta no centro de saúde. Se ele não valoriza isso, quem vai valorizar?”.

Em seguida, foi informado que até o fim do ano a prefeitura terá implantado o programa Patrulha SUS, que já foi autorizado e está sendo executado pela Guarda Municipal. A vigilância será feita por 22 agentes da corporação.

A Polícia Militar garante que o patrulhamento é constante em toda a capital. O órgão afirma que trabalha com georreferenciamento, sempre atento aos índices de criminalidade de cada região e reforça que as pessoas podem acionar a polícia mediante qualquer problema. Denúncias também podem ser feitas por meio do Disque Denúncia, pelo telefone 181.

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