Pelo menos 21 assassinatos foram registrados neste fim de semana

Jefferson Delbem, Ana Clara Otoni, Fernando Zuba e Gabi Santos
22/10/2012 às 08:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:25
 (Nathália Moreira)

(Nathália Moreira)

Mais um fim de semana de extrema violência em Belo Horizonte e municípios da região metropolitana. Pelos menos 21 assassinatos foram registrados pela Polícia Militar, entre as 19h de sexta-feira (19) e 5h15 desta segunda-feira (22).

Na madrugada desta segunda, foram pelo menos duas mortes registradas na Grande BH. Em Contagem, a vítima foi um homem de 25 anos. Ele foi baleado quatro vezes na rua Retiro dos Retirantes, bairro Nova Contagem, e acabou morrendo na hora.  Já em Sabará, um homem, que não foi identificado, foi morto a tiros, na rua Padre Sebastião Tirino, Bairro Alto do Cabral.

Um dos casos que mais chocou a população é de uma médica que morreu esfaqueada dentro da própria casa, na rua Andrômeda, bairro Jardim Riacho das Pedras, em Contagem, região Metropolitana de Belo Horizonte, nesse domingo (21). A profissional da saúde Cristiane Moreira, que trabalhava em um posto de sáude da capital. O companheiro dela, que é estudante de Direito, de 29 anos, é o principal suspeito de ter cometido o crime.

A reportagem do Hoje em Dia acompanhou parte das ocorrências. Com base em relatos de testemunhas e amigos próximos das vítimas, constatou-se que a maioria dos crimes tem origem no tráfico de drogas. Outra reclamação recorrente tem relação com a falta de patrulhamento da PM.
 
O chefe da sala de imprensa da corporação, major Gilmar Luciano dos Santos, disse que não poderia emitir opinião sobre a matança na região metropolitana sem ter acesso ao relatório concluído dos homicídios. “Sem saber a motivação e a autoria de cada delito, não há como fazer uma análise criminológica e vitimológica (sic)”, afirmou o major. Para hoje, Santos prometeu se pronunciar sobre a violência na capital e entorno.


EXECUÇÃO

Na tarde desse domingo (21), uma moradora do bairro Jardim Industrial, em Contagem, na Grande BH, reclamava da insegurança. Ela presenciou um vizinho ser morto. A vítima de 24 anos foi executada com 19 tiros.

“Isso aqui parece uma terra sem lei. É gente matando e morrendo por causa das drogas, sem que algo seja feito para tentar impedir”, desabafou. Ninguém foi preso, e o caso deverá ser investigado pela Delegacia de Homicídios.

CARNIFICINA DIÁRIA

Em agosto, houve aumento de 6,5% no índice de homicídios na Grande BH, quando ocorreram 131 assassinatos – média de quatro casos por dia. No mês anterior, os registros chegaram a 123.

Em frente a um campo de futebol no bairro João Pinheiro, região Noroeste de Belo Horizonte, ocorreu outro homicídio, nesse domingo. Um homem não identificado foi executado com dez tiros na Santa Matilde. Ninguém foi preso.

Durante a madrugada, um homem foi encontrado morto em um veículo, no bairro Pilar, no Barreiro, em BH. O automóvel estava estacionado na rua São João do Meriti. Mais uma vez, nenhum suspeito foi localizado. (Com Clarissa Carvalhaes)

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