(Flávio Tavares)
Até 1990 não havia garantias de direito ou de proteção a crianças e adolescentes disponíveis para adoção. As facilidades para se acolher esses jovens abria brechas a casos de exploração sexual ou tráfico de órgãos. Hoje, a situação é bem diferente. Com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), extinguiu-se o texto previsto no antigo Código Civil.
Em Minas, são 3.446 pessoas interessadas em adotar. Na outra ponta, há 670 menores em abrigos, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Existem, portanto, cinco pais para cada criança. Porém, o perfil da maioria dos candidatos à adoção não atende às idealizações dos adultos. Negros, deficientes físicos, maiores de 4 anos e grupos de irmãos são os mais preteridos.
Breno mora em um abrigo e escreveu uma carta aos 9 anos pedindo para ser adotado. Hoje, tem 17, mas ainda não recebeu resposta. Confira.