Pesquisa aponta que praticantes de corrida podem ganhar até três anos de vida

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
05/06/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:18
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A irritabilidade natural do climatério chegou à vida da administradora Andréia Pyramo Pacheco, de 54 anos, de forma mais branda, mesmo sem reposição hormonal.

Esse foi um dos benefícios percebidos por ela depois que começou a correr regularmente. “A corrida me ajudou na manutenção do bom humor, na relação com meu marido e no trabalho”, afirma.

Além disso, a administradora, que tornou esse tipo de atividade física uma constante desde 2013, perdeu peso e percentual de gordura, apresentando excelentes resultados em exames clínicos.

“Na minha idade, o metabolismo é muito mais lento. Tenho que comer menos e me exercitar mais”, diz.

As vantagens obtidas com a corrida por Andréia são, geralmente, comuns às demais pessoas dedicadas à atividade, que pode ser ainda mais benéfica à saúde.

Um estudo recente publicado pelo jornal científico Progress in Cardiovascular Disease, de Nova York, destaca que correr de forma regular produz um impacto significativo sobre a longevidade. 

A pesquisa mostra que os corredores têm um risco reduzido de 25% a 40% de mortalidade prematura e vivem cerca de três anos mais do que os que não praticam essa atividade.

O levantamento apresenta, ainda, que não é necessário correr em altas velocidades ou por tempo prolongado, basta que a prática seja continuada.

Orientação

Andréia Pyramo se exercita desde os 20 e poucos anos e garante que sempre foi disciplinada nesse quesito. A administradora começou correndo na esteira e só saiu para a rua a partir do momento em que iniciou um trabalho de assessoria de corrida com um personal trainer.

“Hoje já participo de competições como meias-maratonas (21 km). O objetivo é, em dois anos, conseguir correr uma maratona que são, em média, 42 km” Andréia Pyramo, administradora, 54 anos

Para o educador físico Bruno Hoffmann, professor da academia Bodytech, essa orientação profissional é essencial para evitar lesões e traçar metas possíveis e individualizadas.

“Inicialmente, a pessoa que deseja correr deve procurar um médico, fazer exames e receber a liberação para a atividade. Estando apta, o passo seguinte é buscar um profissional especializado que a oriente”, aconselha.

A falta de direcionamento na prática da corrida fez com que a dona de casa Dayana Souza, de 31 anos, tivesse uma lesão. Foi, então, que ela procurou ajuda de um especialista. “Depois que tive filho, aos 26, ganhei peso no pós-parto e estava com colesterol alto. Comecei a correr para tentar resolver as duas coisas. Perdi peso e reduzi meu colesterol sem remédio”, conta.Flávio TavaresDayana Souza, de 31 anos, engordou no pós-parto e, com a corrida, agora está satisfeita com o peso

Esporte é democrático e repleto de benefícios para a saúde

O estudo científico publicado no jornal norte-americano Progress in Cardiovascular Disease expõe a corrida como uma atividade física popular e conveniente, sendo bem aceita por pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias.

“É o esporte mais democrático do mundo. Em uma mesma prova você tem o campeão recordista junto a alguém que começou a correr há pouco tempo”, ressalta o educador físico Bruno Hoffmann, em concordância com a pesquisa.

Talvez a quase total ausência de barreiras da atividade seja o principal atrativo que ela tem. “É um esporte que depende apenas da força de vontade do corredor e de orientação profissional, e os benefícios são inúmeros”, completa.

Dentre as vantagens, Bruno Hoffmann destaca o emagrecimento e consequente controle do peso, a melhora da resistência cardiovascular, do colesterol, da pressão arterial e da postura, o ganho de força física e o combate aos radicais livres. “Os corredores também ganham em disposição e autoestima”.

Disposição

Benefícios sentidos pela dona de casa Dayana Souza. “Hoje, sinto-me mais feliz, estou satisfeita com meu peso e disposta para executar as atividades do dia a dia. Antes dessa atividade, eu sentia muito sono porque não dormia bem à noite. Agora, tenho ótimas noites de sono e aproveito bem o dia”, conta.

O personal trainer destaca que não é necessário e nem saudável correr todos os dias, como muitos pensam. “Orientamos que a pessoa execute a atividade no mínimo três vezes por semana, intercalando um dia para a recuperação muscular, quando iniciante. Aos poucos, ela irá se sentir mais confortável, menos ofegante e perceber o próprio ritmo. Cada um com sua particularidade”, observa Hoffmann.

É sempre importante ter regularidade e prestar atenção aos sinais de alerta, como dores articulares, por exemplo, frisa o profissional.

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