Pesquisa no Hemominas contribui para reduzir espera em exames e otimizar procedimentos

Hoje em Dia
13/01/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:44
 (Adair Gomez/Hemominas)

(Adair Gomez/Hemominas)

Com o objetivo de aprimorar o atendimento aos pacientes e doadores e atuar na prevenção de doenças que possam acometê-los, a Fundação Hemominas investe em pesquisas, combinando duas frentes: o gesto solidário de doadores voluntários e a busca pela excelência.

A Hemominas atua no estudo das doenças do sangue e na medicina transfusional. Muitas dessas pesquisas apresentam resultados que acabam sendo aplicados na melhoria do acompanhamento e tratamento dos pacientes e dos procedimentos envolvidos na produção de hemocomponentes.

“As pesquisas trazem novos conhecimentos que ajudam a entender as doenças e também resultam na melhoria de processos, atendimento e diagnóstico clínico e laboratorial de pacientes e doadores”, afirma Marina Lobato Martins, gerente de Desenvolvimento Técnico-Científico da Fundação Hemominas.

As pesquisas concentram-se nas áreas de Hematologia e Hemoterapia, e, recentemente, em células e tecidos.

A Hemominas mantém parcerias com instituições de ensino e pesquisa no país e no exterior, convênios de financiamento garantidos por agências de fomento nacionais e estrangeiras

Proposta

Um exemplo é a tese de mestrado, ainda em curso, desenvolvida pela servidora Paula Passos Pederzoli. A proposta equipara dois modelos de testes de potência das células-tronco hematopoéticas (que possuem a capacidade de se autorrenovar e se diferenciar em células especializadas do tecido sanguíneo e células do sistema imune).

O estudo desenvolvido por Paula verifica a aplicação de um modelo que contribua para a liberação das células do sangue de cordão umbilical para o transplante de células-tronco, em menor espaço de tempo.

Atualmente, o ensaio clonogênico (que permite uma avaliação da capacidade das células de produzir mais), considerado o padrão ouro, demora 14 dias para ficar pronto. Se tudo chegar ao ponto em que pretende a pesquisadora, será possível substituí-lo por um teste mais simples e que pode ficar pronto em menos de um dia.

“A pesquisa está na fase final da coleta e na descrição dos dados. Caso seja comprovada a aplicabilidade, a expectativa é a redução dos custos e do tempo para ter a informação de que as células poderão ser utilizadas no transplante em questão”, explica a pesquisadora.

O estudo é de fundamental importância porque, se comprovados os efeitos esperados, garante melhor atendimento aos pacientes acometidos por grande parte das doenças hematológicas, como a leucemia.

O Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio), unidade da Hemominas responsável por essa parte, oferece atendimento clínico à população mineira com a organização e manutenção do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário e do Banco de Medula Óssea.

A instituição mantém convênios com vários hospitais e faz o controle de qualidade e a criopreservação das células-tronco hematopoéticas, além de outros procedimentos necessários para a realização dos transplantes.

Os resultados das pesquisas são compartilhados com os Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário públicos de todo o Brasil.

Tipos sanguíneos raros são objeto de análise em projeto

Entre os profissionais que desenvolvem estudos no campo da medicina transfusional, ou seja, a hemoterapia, está a pesquisadora Maria Clara Silva Malta que busca identificar doadores de sangue raro para melhor atender aos pacientes portadores de tipos sanguíneos raros e que precisam de transfusão de sangue.

“O objetivo desse projeto é o desenvolvimento e a avaliação de uma estratégia baseada em biologia molecular para a identificação de doadores de sangue com fenótipos eritrocitários raros (tipos sanguíneos determinados pela presença ou ausência de antígenos na superfície das hemácias). Avaliaremos se esta estratégica pode ser usada na Hemominas para triagem de doadores”, explica.

No estudo “Análise Molecular de Grupos Sanguíneos em Doadores de Sangue para Identificação de Variantes Raras”, a pesquisadora destaca a existência de mais de 30 sistemas de grupos sanguíneos, sendo que cada um pode abarcar diversos antígenos.

São voluntários os pacientes, doadores e servidores que gratuitamente aceitam integrar os estudos

Premiados

Com dedicada atuação dos pesquisadores, algumas pesquisas já foram premiadas e receberam o reconhecimento da comunidade científica. Entre elas, a tese de doutorado da médica Célia Maria Silva.

A pesquisa sobre anemia falciforme, iniciada em 2002, apresentou importantes resultados e foi o ponto de partida para implantação do exame Doppler Transcraniano, que verifica a incidência de acidente vascular cerebral (AVC). Em 2009, o estudo foi contemplado com o Prêmio Jesse Accioly, no 5° Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme.

O AVC é potencializado em pessoas com doença falciforme e o exame, além de apresentar baixo custo, não é invasivo, bem tolerado pelos pacientes e proporciona tratamento preventivo.

Além Disso

Localizado no Hemocentro de BH, o Serviço de Pesquisa está vinculado à Gerência de Desenvolvimento Técnico-Científica, subordinada à Diretoria Técnica da Hemominas, e reúne profissionais com experiência em ensino, pesquisa e extensão. As pesquisas na Hemominas não se limitam apenas ao Serviço de Pesquisa, estando disseminada em diferentes setores e unidades da instituição.

Cabe ao Serviço de Pesquisa registrar, acompanhar e avaliar os resultados finais dos estudos desenvolvidos em todas as unidades da fundação.

Além disso, direciona ao Núcleo de Inovação Tecnológica as pesquisas com potencial de inovação para assegurar-lhes a devida proteção intelectual de seus resultados.

Implantado em 1992, o Serviço de Pesquisas da Fundação Hemominas tem por objetivos coordenar, desenvolver, acompanhar e divulgar a produção científica do órgão estadual.

Além disso, o serviço promove a atualização técnico-cientifica de servidores e orienta estudantes de graduação e pós-graduação na perspectiva de formar recursos humanos.

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