(Arquivo Hoje em Dia)
Eu não sabia e, provavelmente, você também não. Ao contrário do 8 de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher, o 15 de julho passa despercebido por muitos de nós. Nas ruas, ninguém ganha botão de rosa nem bombom de chocolate, e nas empresas não há distribuição de lembrancinhas ou promoção para os felizardos.
O que pouca gente sabe é que o dia de hoje, há tempos, deixou de ser só mais um no calendário. Desde 1999, a data foi escolhida para celebrar o Dia do Homem. Em Trinidad e Tobago um professor de história foi quem criou o dia dedicado a eles. Em nível mundial, a comemoração é quatro meses mais tarde, em 19 de novembro. No Brasil, muito mais do que comemorar, hoje é dia de alertar para a importância da prevenção e dos cuidados com a saúde masculina. Não à toa. Homens costumam torcer o nariz quando o assunto é consultório médico.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), porém, coloca Belo Horizonte em posição de destaque nesse quesito, à frente de Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Rio, São Paulo e Salvador. Foram ouvidas 3.500 pessoas.
Entre os belo-horizontinos, apenas 27% disseram não estar em dia com as visitas ao urologista ou ao cardiologista, e 24% revelaram ter ido a uma consulta há um ano, intervalo mínimo recomendado pelos especialistas.
O pior índice é o da capital paulista, onde 67% dos homens ouvidos assumiram não ir ao médico com regularidade.
Medo da Impotência
Quando perguntados sobre a maior preocupação ou receio, a resposta dos mineiros ficou dividida: para 48% deles, o maior medo é perder o emprego, outros 23% responderam que é ficar impotente, e 17% disseram se preocupar em ser traídos pela companheira.
Sobre os problemas que podem afetar a saúde, o infarto é o mais temido entre os homens ouvidos em BH, apontado por 45% deles. Em segundo lugar, aparece o câncer, com 23% das respostas, mas em primeiro na média nacional, apontado por 20% dos entrevistados.
Apesar do medo de sofrerem um ataque cardíaco, a maioria absoluta dos belo-horizontinos (65%), afirmaram desconhecer a medida da circunferência abdominal ideal entre os indivíduos do sexo masculino. É o diâmetro da “barriga” que diz se as chances de um infarto são maiores ou menores.
Para o urologista Ernani Rhoden, membro do Departamento de Andrologia da SBU e professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, a despreocupação do homem com a própria saúde, negligenciada por muitos, é uma questão cultural que, aos poucos, vem sendo mudada.
“Ao contrário da mulher, que tem uma cultura muito forte em relação aos cuidados consigo mesma, com o homem a procura por um médico é sempre retardada. O alerta é no sentido da prevenção, já que muitas doenças, como o câncer de próstata, são silenciosas”, explica.
Segundo o Ministério da Saúde, dos 665.551 homens que morreram no Brasil em 2011, 175 mil casos foram motivados por doenças do aparelho circulatório, seguidas por causas externas, como crimes e acidentes de trânsito (119 mil) e cânceres e tumores (98 mil).