Pesquisadores mineiros criam sonda de baixo custo que mede qualidade da água

Hoje em Dia*
20/03/2015 às 15:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:25
 (Acervo pesquisa / UFMG)

(Acervo pesquisa / UFMG)

Pesquisadores de três universidades federais mineiras, UFMG, UFJ (Juiz de Fora) e UFV  (Viçosa), desenvolveram um sensor hidrológico de baixo custo, que mede a qualidade da água e envia as informações coletadas pela internet. Batizado de HydroNode, a sonda é uma alternativa aos equipamentos de alto custo, de difícil manutenção e quase sempre importados.   A HydroNode mede, de forma contínua, a qualidade da água em uma profundidade de até 30 metros. Desenvolvido equipes de pesquisadores da UFMG, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o dispositivo é de baixo custo, pode ser fabricado e distribuído no Brasil e mensura variáveis que determinam a pureza da água: temperatura, concentração de oxigênio dissolvido, turbidez (propriedade óptica de absorção e reflexão da luz na água), pH, condutividade elétrica e níveis de clorofila A.   “A ideia era criar um dispositivo que ficasse dentro da água, captando informações e transmitindo os dados por meio de uma rede aquática sem fio”, explica o professor Luiz Filipe Menezes Vieira, do Departamento de Ciência da Computação da UFMG (DCC) e um dos participantes do projeto.   Vieira explica que o funcionamento da sonda é relativamente simples, uma vez que os nós sensores captam as informações e as transmitem para uma central. “O nó sensor do sistema é um elemento computacional com capacidade de processamento, sensoriamento e comunicação. Além disso, usamos uma fonte de energia, como uma bateria simples, para fazer o sistema funcionar”, diz.   Funcionamento   A sonda pode ser usada de três maneiras. Nas duas primeiras, o objeto é preso por meio de uma âncora fixada no fundo do rio ou por uma boia-plataforma na superfície. Na última, ela é solta na água e se movimenta no leito do rio, lago ou tanque analisado, sendo coletada posteriormente.   Segundo o professor, uma inovação apresentada pela sonda HydroNode é o fato de atuar como um nó sensor aquático e transmitir dados para outras sondas, formando uma internet aquática. Os dados dessa internet podem chegar à internet convencional e ser acessados em qualquer lugar do mundo.   Segundo Luiz Filipe, o envio de dados em meio aquático foi o maior obstáculo para concretização do projeto. “Os componentes eletrônicos precisam estar bem vedados para não entrar em contato com a água, que ainda dificulta a propagação de ondas eletromagnéticas. Como a água absorve a energia da onda eletromagnética, tivemos que desenvolver outro modo de comunicação que carregasse as informações coletadas pelo equipamento”, explica Luiz Filipe.   A solução encontrada foi enviar dados por ondas mecânicas acústicas, “reproduzindo o mesmo processo de propagação da voz humana no ar e possibilitando que as informações coletadas sejam analisadas remotamente”, acrescenta o pesquisador.   Além do controle de índices de qualidade de rios e lagos, a HydroNote também pode ser usada na aquicultura, em plataformas de petróleo e em reservatórios. “No caso da aquicultura, o monitoramento do oxigênio é extremamente importante para a criação de peixes. Já nas plataformas de petróleo, a HydroNote pode alertar sobre vazamentos, evitando contaminações e desastres ambientais”, afirma Luiz Filipe.   (* Com UFMG)

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