PM prende dois suspeitos de atear fogo em ônibus; mandante continua sendo caçado

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
03/01/2018 às 09:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:33
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Um homem de 21 anos foi preso e um jovem de 17 anos foi apreendido, suspeitos de incendiar um ônibus na região Norte de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (3), a dupla confessou participação no ataque e delatou o mandante do crime, que continua sendo procurado pelos militares.

Conforme relato dos envolvidos, a queima do coletivo ocorreu em represália a morte de um criminoso que atuava no bairro Jardim Felicidade. O bandido foi assassinado durante uma operação policial. A relação deste ataque ao ônibus com outros registrados na Região Metropolitana de Belo Horizonte será investigada pela Polícia Civil. No fim do ano passado, sete coletivos foram incendiados em série na Grande BH.

Prisão

A detenção dos suspeitos aconteceu após o último ataque, ocorrido por volta das 5h40 de terça-feira (2) no bairro Jardim Felicidade. Na ocasião, o coletivo da linha 1505 (Alto do Pinheiros/ Tupi) ficou totalmente destruído. Após a ocorrência, a PM fez um intenso rastreamento na região e flagrou um adolescente carregado um galão de gasolina.

Abordado pelos policiais, o menor confessou que estava levando o material inflamável para um amigo e indicou onde o segundo suspeito residia. A PM seguiu até o local e prendeu o homem, que por sua vez disse que foi o tio quem ordenou a queima do coletivo.

O mandante, que seria morador do bairro Santa Luzia, conseguiu fugir ao perceber a chegada dos militares. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e Adolescente (Dopcad). 

O ataque registrado no bairro Jardim Felicidade foi o oitavo registrado em BH e Região Metropolitana em uma semana. Só no dia 27 de dezembro, foram quatro, um no bairro Santa Cruz, outro no bairro Milionários e no bairro Goiânia, na capital, além do bairro Jardim Riacho das Pedras, em Contagem. No dia 28, foram mais dois ataques. Dessa vez nos bairro Betânia, em BH, e em Monte Verde, em Contagem. E no dia 29, um coletivo foi incendiado no bairro Copacabana.

A motivação de todos os ataques ainda está sendo investigada pelas forças de segurança e inteligência. Um suposto bilhete, que teria sido deixado pelos bandidos, afirma que dez ônibus seriam queimados na região.  Nos bilhetes deixados em outros casos de ônibus queimados, os suspeitos atribuem o crime a possíveis retaliações à conduta de agentes penitenciários no Complexo Prisional Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na RMBH. 

Ainda em dezembro, em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) disse não ser possível estabelecer relação entre o fato ocorrido e o sistema prisional até que a Polícia Civil (PC) conclua as investigações. A PC informou que os inquéritos foram instaurados e as investigações iniciadas, mas não deu detalhes devido ao sigilo das informações. 

Prejuízo

Em 2017, conforme levantamento divulgado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH), 22 ônibus foram queimados na capital mineira. O número é quase o triplo do registrado em 2016, quando oito ocorrências do tipo foram registradas pela PM. Na Região Metropolitana, os casos de ataques a ônibus saltam para 38 em 2017. O Setra e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) estimam prejuízo superior a R$ 14,8 milhões com o vandalismo. 

Por meio de nota, o Setra-BH destaca que um ônibus convencional queimado significa prejuízo de R$ 400 mil, "incluídos no preço todas as tecnologias embarcadas, e implica um veículo a menos na linha por tempo não inferior a 180 dias ou a sua substituição temporária por outro veículo da reserva". O Setra-BH informa ainda que todo ônibus incendiado deve ser substituído e que a substituição demanda tempo para que se faça a cotação de preços no mercado e a aquisição de veículo novo. 

Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conforme o Sintram, um veículo incendiado afeta uma média de 300 passageiros. Com 16 destruídos no ano, foram 4.800 usuários afetados. 

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