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Preso ontem na capital mineira, o soldado da PM Gilberto Novaes, suspeito de matar a ex-companheira na Zona da Mata e fugir com a filha do casal, poderá pegar até 46 anos de prisão. A Polícia Civil espera concluir o inquérito sobre o caso em até duas semanas e enviá-lo para a Justiça.
O feminicídio foi registrado no último sábado. Após a morte de Sthefania Ferreira, de 29, Novaes fugiu com a criança, de 4.
Apenas pelo assassinato e sequestro da menor ele poderá ficar de 14 a 35 anos na cadeia. Mas há chances de os crimes de porte ilegal de armas, ameaças feitas à vítima e até cárcere privado da garotinha serem incluídos ao processo. Nesses casos, a pena será aumentada, informou o delegado Cleber Faria Silva.
“A arma funcional dele tinha sido recolhida por conta de intimidações anteriores à ex-companheira, e a usada para matá-la foi comprada no mercado negro, o que é ilegal. Dependendo da forma como ele manteve a filha, vou incluir o cárcere privado também”, explicou.
O delegado pretende ainda classificar o crime como hediondo, o que o obrigará a cumprir pelo menos dois terços da pena em regime fechado. Nos delitos comuns, o exigido é um sexto.
De acordo com a polícia, Gilberto Novaes invadiu a casa de Sthefania, em Santos Dumont, no momento em que o namorado dela abriu o portão para receber uma pizza. Pelo menos três tiros acertaram a mulher, que morreu na hora.
Falsificação
O soldado foi preso no Centro de Belo Horizonte, para onde teria ido à procura de locais para falsificar documentos e continuar a fuga com a filha, informou o chefe da Sala de Imprensa da PM, major Flávio Santiago. No período em que esteve na capital, ele teria dormido em um motel com a menina.
A criança, que pode ter presenciado o assassinato da mãe, estava com o pai no momento da prisão e não apresentava ferimentos. Um exame de corpo de delito, no entanto, seria realizado ainda ontem. Era aguardada a chegada de parentes para acompanhar a avaliação. A vítima ficará com a família materna.
Expulsão
Segundo Flávio Santiago, Gilberto Novaes poderá ser expulso da corporação. Há cerca de três meses, o suspeito foi afastado do trabalho por problemas psicológicos. Existe um processo administrativo contra ele e que “caminha para a exoneração”, completou.
Até que isso aconteça, o soldado ficará detido em um batalhão da corporação. A unidade não foi divulgada.