Uma mulher acima de qualquer suspeita. Assim é a descrição que várias vítimas fazem da estelionatária que tem tirado o sono das mulheres em Bocaiuva, no Norte de Minas. A suspeita, de 30 anos, fazia falsas promessas de venda de cosméticos e objetos, como bolsas e sapatos, e depois sumia com o dinheiro das clientes. Segundo a Polícia Civil, o prejuízo estimado causado pela suspeita é de R$ 30 mil.
Há pelo menos um mês uma estudante de direito, que prefere não ser identificada, procura pela mulher. A jovem a conheceu em uma página no Facebook onde ela oferecia cosméticos e assessórios com preços abaixo do mercado. “Os anúncios são tentadores e informam que são produtos novos. Havia fotos das mercadorias, além de depoimentos de pessoas que compraram e gostaram”, relembra.
A estudante conta que encomendou alguns cosméticos e que a mulher encaminhou os dados bancários para o pagamento do pedido, que teve um custo de R$ 700. O que ela não contava é que os cremes nunca seriam entregues. “Ela não responde as mensagens e nem as ligações. Registrei um boletim de ocorrência e espero que ela seja presa”, desabafa.
Investigação
Pelo menos dois inquéritos foram abertos para investigar o caso. Em janeiro, a suspeita chegou a se apresentar na delegacia. Na época, ela prestou depoimento e foi liberada por estar grávida. “Ela disse que estava passando por dificuldades, mas que devolveria o dinheiro das pessoas”, conta o delegado responsável pelo caso, Leonardo Diniz.
A jovem, que é moradora da cidade de Bocaiuva, teria continuado a aplicar o golpe. Utilizando nome falso e criando novos perfis na rede social, a suspeita conseguiu vitimar outras pessoas.
A polícia estima que cerca de 60 pessoas tenham sido vítimas da golpista. “Há relatos de vítimas em cidades vizinhas e em Montes Claros”, completa Diniz.
O delegado alerta para desconfiar de preços abaixo dos praticados. “Priorize sempre compras em sites conhecidos e desconfie de mercadorias com valores muito baixos”, reforça.
Mobilizadas
Revoltadas, um grupo de mulheres vítimas da estelionatária criou um grupo na rede social para tentar localizar a suspeita. “Ela usa nome falso e a mesma artimanha de divulgar produtos abaixo do preço”, conta outra vítima da mulher, Vivian Arantes.
A pena prevista para o crime de estelionato é de um a cino anos de prisão.