Polícia investiga estupros em série em golpe de falso personal em BH

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
08/11/2016 às 20:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:34

A Polícia Civil investiga pelo menos dois casos de estupro que teriam sido cometidos por um homem que se passa por preparador físico para atrair as vítimas a falsos estúdios em Belo Horizonte, onde acontecem os abusos. Em anúncios publicados em redes sociais, o homem oferece uma série de atividades físicas com a finalidade de emagrecimento. O falso personal informa que o atendimento especializado é oferecido apenas para mulheres. No alvo, jovens entre 18 e 24 anos em busca de corpo perfeito. Os ataques investigados pela polícia aconteceram entre março e outubro deste ano, sempre no Belvedere,na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Os crimes ganharam repercussão nas redes sociais na última semana. Uma vítima de 23 anos publicou no Facebook uma imagem parcial de um boletim de ocorrência, sem exibir os dados dos envolvidos. A jovem conta que no mês passado foi atraída a um apartamento no bairro Belvedere para fazer uma avaliação física. Ela relata que ficou presa no apartamento e que foi obrigada a manter  relações sexuais com o suspeito. A postagem, que teve vários compartilhamentos, foi retirada do ar na última segunda-feira (7). No depoimento ao Hoje em Dia, a vítima conta que, após cometer o crime, o homem a deixou ir embora e que depois desapareceu.

Ainda de acordo com a jovem, as páginas do anúncio do falso personal foram imediatamente retiradas das redes sociais após o estupro. O local da agressão, um apartamento com poucos equipamentos de ginástica e uma cama de casal no quarto - onde acontece a agressão, é abandonado em seguida. “Ele tem o cuidado de apagar tudo. Não é possível encontrar nenhum anúncio que ele fez a respeito do serviço de personal”, conta a vítima.

A mesma estratégia foi utilizada para atrair outra "cliente" mais uma vez a um apartamento no Belvedere. “Ele disse que o espaço era para realizar a avaliação física e também os exercícios. Desconfiei quando percebi que se tratava de um apartamento comum e que não tinha aparelhos para educação física”, conta outra vítima, uma jovem de 18 anos, que pediu para não ter o nome publicado. Constrangida e envergonhada, ela não deu queixa do estupro. Novamente, o imóvel foi abandondado após o crime.

Apesar do receio das vítimas em denunciar, dois casos estão sendo investigados pela Delegacia de Mulheres da Polícia Civil. Em março deste ano, o homem teria utilizado a mesma tática para atrair outra vítima de 22 anos para um apartamento, que também foi alugado no Belvedere.  Após o crime, o imóvel foi mais uma vez abandonado e os anúncios desapareceram.

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