Polícia investiga morte de jovem no Ribeiro de Abreu; família vê ligação com jogo Baleia Azul

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
17/04/2017 às 15:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:10

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte de um adolescente de 16 anos no bairro Ribeiro de Abreu, região Norte de Belo Horizonte. Ele foi encontrado enforcado pela mãe no último sábado (15).

A família do menor suspeita que a morte tenha relação com o jogo Baleia Azul, jogo que acontece em grupos fechados na internet e tem, como desafio final, o suicídio do jogador. Os participantes devem seguir uma série de 50 desafios diários, como cortar a própria pele, se fotografar do alto de um prédio e, por fim, tirar a própria vida. O jogo foi criado na Rússia e suspeita-se de que esteja relacionado à morte de adoescentes por lá.

Indícios

Segundo uma tia do garoto, que pediu para não ter o nome publicado, o jovem era bastante tímido, mas nunca apresentou problemas depressivos. “Era de pouca fala, mas muito carinhoso”, conta. Há um mês, segundo o pai do garoto, que também pediu anonimato, o filho começou a apresentar comportamento diferente. “Começou a fazer postagens depressivas, negativas. Eu o repreendi na época e ele parou de postar”, relembra.

Em sua página no Facebook, apenas um quadro-negro e sem foto. A última postagem, de acordo com a família, foi a seguinte frase: “A culpa é da baleia”.Reprodução / Facebook 

Postagem do adolescente antes de ser encontrado morto pela família

Ainda de acordo com o pai, durante o reconhecimento do corpo no Instituto Médico Legal (IML), ele identificou várias marcas no corpo do filho. “Ele tinha vários cortes, além do desenho de um pequeno peixe escondido no braço”, relata.

Para a tia do adolescente, não há dúvidas de que ele participava do jogo. “Um amigo dele nos contou que ele tinha a senha de entrada nesse grupo secreto da Baleia Azul. Tudo o que encontramos em casa dá a entender que meu sobrinho estava sendo influenciado por esse jogo”, conta.

Apuração

Agora, o pai espera que a polícia consiga identificar os responsáveis. “Meu filho era um bom garoto, cheio de vida e com um futuro brilhante pela frente. Não quero que outros pais passem pelo que estou sofrendo neste momento”, desabafa. Para o pai, o menor estaria sendo coagido a fazer as tarefas determinadas pelo jogo. 

A assessoria da Polícia Civil informou que o caso está sendo apurado, mas que não há indícios de relação da morte do adolescente com o jogo. Ainda de acordo com a corporação, o celular do garoto e todos os equipamentos eletrônicos utilizado por ele passarão por perícia. Por enquanto, o caso é de responsabilidade da 4ª Delegacia Leste da Polícia Civil.

Serviço

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. O serviço funciona 24 horas por dia pelo telefone 141, por  e-mail, chat ou Skype.

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