O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, deve demitir 400 servidores, 50 médicos e suspender a Escola Integral, a partir de março, caso a Samarco não se comprometa a manter o pagamento da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral).
Ele esteve nesta quinta-feira (4) no Ministério Público Estadual (MPE), em Belo Horizonte, para discutir a responsabilização da Samarco pela queda de arrecadação prevista para o município. Segundo o gestor, a previsão é de perda de R$ 3 a 4 milhões mensais, a partir do mês de abril. O montante, que representa cerca de 20% da receita municipal, deve gerar incapacidade financeira de honrar compromissos.
"Estamos sentindo uma dificuldade junto a Samarco, que se recusa a pagar a CFEM, porque parou de produzir. Mas ela tem que entender que está há 40 anos na cidade e tem uma responsabilidade social conosco, não pode simplesmente parar de uma hora para outra", pontuou Júnior.
De acordo com ele, a assistência dada pela mineradora, até agora, tem sido insuficiente. "Eles estão dando resposta para os atingidos de Bento Rodrigues e Paracatu, mas a cidade não é só isso. Eles têm que dar uma resposta maior. Nossa taxa de desemprego está crescendo", destacou.
Segundo o prefeito, em novembro e dezembro cerca de 1.500 novos pedidos de emprego deram entrada no Sine da cidade, sendo que a média mensal era de 300 anteriormente.
Duarte Júnior adiantou que o promotor Carlos Eduardo já está analisando a situação. "Quinta-feira voltamos ao MP para trazer novos documentos que ele solicitou e na sexta ele disse que deve convocar a Samarco para começar as tratativas", informou.
Depoimento
Também nesta quinta, o ex-diretor da Samarco, Kleber Terra, presta depoimento no Ministério Público Estadual. Porém, não falou com a imprensa antes de começar a dar os esclarecimentos aos promotores de Justiça.