Prefeitura pretende vistoriar todas as casas de BH até 31 de janeiro, contra o mosquito dengue

Aline Louise - Hoje em Dia
23/12/2015 às 17:47.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:26

A prefeitura de Belo Horizonte pretende vistoriar todas as casas da capital até 31 de janeiro, para combater a proliferação do mosquito da dengue. Para alcançar a meta e atuar mais enfaticamente contra a infestação, o executivo publicou ontem, no Diário Oficial do Município, um decreto de Situação de Emergência na cidade. Com isso, será possível agregar toda a força operacional disponível e desburocratizar os processos, dispensando, por exemplo, licitações para compras de materiais necessários no trabalho, com valores superiores a R$ 8 mil, explica o coordenador municipal da Defesa Civil, Alexandre Lucas.

Segundo Lucas, o decreto se fundamenta no alto índice de infestação de ovos do Aedes Aegypti, detectado no monitoramento por meio de armadilhas que cobrem toda a área do município, cujo resultado foi densidade de 60 ovos por armadilha positiva.

“Estamos antecipando a agilidade operacional para evitar uma epidemia”, argumentou o coordenador. Ele explicou que as ações da prefeitura vão se estruturar em 3 eixos. O primeiro é da comunicação, onde várias mídias serão usadas para alertar a população da gravidade do problema e da necessidade de cada um fazer sua parte, acabando com os criadouros do mosquito.

“Vamos colocar avisos nos painéis da BHTrans, nas vinhetas de espera do 156, nos auto falantes das viaturas da Defesa Civil, carros de sons pelas ruas da cidade, faixas nos bairros, todos os recursos possíveis para chamar atenção da sociedade”, detalhou.

Outro eixo será a mobilização. De acordo com Lucas, o próprio prefeito Márcio Lacerda já se reuniu com pastores, o arcebispo Dom Walmor Azevedo e outros líderes religiosos, para que possam atuar junto as suas comunidades.

“Eles lideram grupos que se encontram semanalmente e queremos que colaborem no reforço do chamado para que as pessoas façam a sua parte”, destacou. Também serão acionadas entidades de classe, como Sindicato dos Corretores de Imóveis, que já teria se compromissado a pedir a seus corretores, que visitam diariamente em média 7 residências fechadas, a ajudarem na fiscalização. “Se cada corretor der descarga no vazo sanitário de uma casa vazia, eliminando ali um foco de proliferação do mosquito, já nos ajuda bastante”, exemplificou.

E o último eixo é da amplitude operacional. Desta forma, agentes da Defesa Civil e da Urbel, por exemplo, também vão auxiliar os agentes de saúde e de endemias na vistoria das residências. “A meta é visitar todas as casas de BH até 31 de janeiro”, reforçou.

Lotes vagos

O Ministério Público também será parceiro, para tentar cercar os donos de lotes vagos, que não cuidam do espaço. “Vamos visitar estes locais, se houver problemas vamos fazer a notificação. Se numa segunda vistoria a situação não estiver regularizada, esse proprietário será acionado pelo Ministério Público, multado e pode vir a responder a processo judicial”, explicou Lucas.

O coordenador enfatizou que a infestação pelo mosquito Aedes Aegypti e o risco de epidemia, agora de três doenças diferentes, a dengue, microcefalia e a síndrome de Guillain Barré, não é um problema exclusivo do estado, mas de toda a sociedade. “O que a gente percebe é que as pessoas sabem dos riscos, sabem o que fazer para acabar com o mosquito, mas não fazem. E saber e não fazer é condenar uma geração a microcefalia, facilitar que uma pessoa querida venha a ficar numa cadeira de rodas ou até a morte, porque a dengue é uma doença grave”, alertou.

Aplicativo

Segundo Alexandre Luca, a prefeitura, por meio da Prodabel, também está trabalhando no desenvolvimento de um aplicativo para smartphones que lembra o usuário semanalmente da necessidade de fazer o checklist em casa, vistoriando todos os possíveis locais de proliferação dos ovos do mosquito. A plataforma já deve começar a ser testada na próxima semana e deve estar disponível ainda em janeiro.

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