Preso há três anos, Bruno pode voltar a jogar; conheça a carreira do goleiro

Amanda Paixão e Vinícius Las Casas - Do Portal HD
01/03/2013 às 12:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:28
 (Vipcomm)

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Às vésperas do julgamento sobre a morte e desaparecimento de Eliza Samudio, a carreira esportiva do goleiro Bruno volta a ser notícia em jornais de todo o país. Com 1,91 de altura, o atleta é interesse do Boa Esporte, equipe de Varginha, no Sul de Minas, que disputa o Campeonato Mineiro e a Série B do Brasileirão. Ele pode ser contratado pelo time assim que um alvará de soltura for concedido, conforme foi adiantado em uma reportagem do jornal Hoje em Dia. No entanto, retorno de Bruno aos gramados agora depende do Supremo Tribunal Federal (STF).

O goleiro está fora de atividade desde 2010, quando foi preso sob a acusação de ter liderado a trama que culminou no desaparecimento de Eliza, No Complexo Esportivo Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, presídio que, recentemente, passou por uma rebelião, Bruno trabalha na lavanderia, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Durante a jornada, de segunda a sexta, das 8h30 às 15h, ele se dedicaria a lavar uniformes de outros presos.

Ainda segundo a Seds, a tarefa é no esquema de remissão de pena: cada três dias trabalhados representa um a menos na pena. Antes, na faxina, Bruno recebia um salário de R$ 409. Para ir e voltar da lavanderia, Bruno é escoltado por agentes desde a cela.

O goleiro também teria alguns amigos na Nelson Hungria. De acordo com o ex-advogado dele, Rui Pimenta, ele fez amizades no local e seria muito querido, até mesmo por ter sido um atleta reconhecido nacionalmente. Aliás, a exposição na penintenciária gera até mesmo ciúmes por parte de outros detentos.

Em entrevista a equipe da TV Record, um detento que estaria há 22 anos na Nelson Hungria, deu detalhes sobre como seria a vida de Bruno que teria várias regalias. "O cara tem frigobar dentro da cela dele. http://noticias.r7.com/minas-gerais/noticias/preso-diz-que-goleiro-bruno-tem-frigobar-toma-uisque-e-cheira-cocaina-na-prisao-20130301.htmlEle não come a comida da cadeia, vai na farmácia todo dia", denunciou. O homem, que não teve o nome divulgado, ainda negou que Bruno trabalhasse na lavanderia da unidade, argumentando que "nós nunca vimos ele trabalhando".
 

 

Ascensão profissional interrompida
 
Ainda na infância, o talento esportivo de Bruno Fernandes de Souza já chamava atenção em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde nasceu.
Revelado nas categorias de base do Atlético, o jogador, de 1,91 de altura, fez a sua estreia na categoria profissional em 2005, como suplente de Danrlei, que estava suspenso. O bom trabalho realizado o levou ao posto de titular.
 
A boa fase na temporada feita pelo Galo despertou o desejo do Corinthians, na época parceiro da MSI, que não hesitou em comprar o passe do jogador. Entretanto, divergências no Parque São Jorge fizeram com que o craque sequer atuasse pelo Timão, sendo repassado, então, ao Flamengo pela empresa investidora.
 
No clube carioca, Bruno encontrou sua casa. De cara, assumiu a titularidade e foi um dos principais líderes do grupo. Foi eleito entre os melhores goleiros do Brasileirão nos anos de 2006 e 2009. E o melhor arqueiro do Campeonato Carioca em três anos seguidos: 2007, 2008 e 2009.
 
Foi alçado ao posto de capitão do clube flamenguista e, em 2009, conquistou o seu maior título na carreira: o Campeonato Brasileiro. Teve a honra de ser o primeiro a erguer o troféu.
 
No entanto, se as glórias apareceram em 2009, o ano seguinte o levou a prisão, acusado do assassinato de Eliza, ex-amante e mãe de um dos seus filhos.Quando se entregou à polícia do Rio de Janeiro, Bruno comentou que esperava ser o goleiro da seleção brasileira em 2014. Ali, a sensação era de que sua carreira estava indo por água abaixo. O sonho, como ele definiu, acabou.
 
Respeito de ex-colegas

Bruno passou boa parte da sua carreira no Atlético e saiu do clube em 2006,  quando foi para o Corinthians. O jogador era considerado temperamental por muitos, mas mesmo assim, o ex-camisa 1 deixou amigos no Galo.
 
Em conversas com a reportagem do jornal Hoje em Dia, alguns funcionários da Cidade do Galo relembraram a passagem do jogador pelo clube. Desde o período na categoria de base até os dias nos profissionais foram comentados. Incredúlos, duvidaram que o homem que eles conheceram tivesse a capacidade de ter participado de um crime. Alguns, ainda confiam na absolvição do goleiro.

 


Repercussão no futebol
 

Na epóca em que surgiram as primeiras informações do caso Bruno, o mundo do futebol levou um grande baque. Os jogadores do Flamengo, companheiros do goleiro, evitavam tecer qualquer comentário sobre o fato e, alguns, temiam que o nome deles respingassem no inquérito policial - devido ao fato de participarem de festas em que Eliza Samudio estava presente. De fato, o goleiro reserva Paulo Victor confirmou ter organizado orgias que envolviam Bruno e a modelo.

 

 
Posteriormente, o lateral Léo Moura, que permanece no Fla, e o volante Kleberson, hoje no Atlético-PR, deram declarações confiando na absolvição do companheiro e que acreditavam que o goleiro retomaria seu posto no gol flamenguista em breve.
 
No entanto, a diretoria do Flamengo não demonstrava a mesma boa vontade com Bruno. No dia 8 de julho, dez dias depois das primeiras notícias do desaparecimento de Eliza Samudio, o clube já tinha anunciado a suspensão do contrato do arqueiro e retirado as camisas de goleiro das lojas do clube, tentando evitar a associação com o crime.

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