Presos em Santa Bárbara na Operação Apollo 13 respondem por cerca de 50 crimes

Paula Bicalho*
pbicalho@hojeemdia.com.br
02/08/2017 às 19:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:53
 (Reprodução Whatsapp)

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Parlamentares, ex-parlamentares, servidores públicos e empresários investigados e presos na Operação Apollo 13, em Santa Bárbara, região central de Minas Gerais, são acusados de cerca de 50 crimes, segundo informações do Ministério Público do estado. Também são objetos de investigação os gastos de aproximadamente meio milhão de reais com publicidade. 

Entre eles, estão integração à organização criminosa, embaraço às investigações, supressão de documentos, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação, falsificação de documento público, falsidade ideológica, dispensa ilegal de licitação e fraude mediante ajuste. 

Nove pessoas seguem presas preventivamente. São elas o presidente da Câmara, Juarez Camilo Carlos (PSDB); o ex-presidente José Ladislau Ramos (DEM); os vereadores Luiz Fernando Hosken Fonseca (PSL); Ermelindo Francisco Ferreira (PSL); o ex-procurador do órgão e ex-presidente da Câmara, Frederico Magalhães Ferreira (candidato a prefeito nas últimas eleições pelo PTC); os ex-chefes de Gabinete Maria Aparecida Ferreira da Silva e Silva e Willian da Silva Mota; e o empresário Madson Geraldo Arcanjo, 45 anos. Uma pessoa continua foragida.

Geraldo Magela Ferreira, conhecido por "Carrapicho" (DEM), tinha mandado de condução coercitiva, mas ele foi preso em flagrante por ter uma arma de fogo em casa. Logo depois, pagou fiança e foi liberado. 

As investigações sobre o grupo tiveram início em 2014, com a instauração de inquéritos civis pela Promotoria de Justiça de Santa Bárbara, a partir de representações levadas ao órgão pela população. Conforme a promotora de Justiça Carla Rodrigues Fazuoli, surgiram fortes e graves indícios de atos ilegais praticados pelos investigados que se enquadravam em fatos típicos previstos no Código Penal, Lei de Licitações e Lei de Organização Criminosa. 

Durante as investigações, a Polícia Civil achou necessário interceptar as ligações telefônicas dos principais investigados: Juarez Moreira, José Ladislau Ramos, Frederico Magalhães Ferreira, outros três vereadores, dois servidores públicos e dois empresários, responsáveis pelas empresas contratadas irregularmente. 

“Conjugando-se os documentos recolhidos às provas testemunhais, à interceptação telefônica e à realização de perícia, mostrou-se cristalina a existência de uma organização criminosa que atuava na Câmara Municipal de Santa Bárbara para o cometimento de diversos crimes. Além disso, os membros da organização passaram a atrapalhar as investigações do inquérito policial, buscando a impunidade de seus membros”, afirma a promotora de Justiça, Carla Fazuoli. 

Segundo Carla, também há indícios de que outros vereadores, não associados à organização criminosa, tenham praticado crimes graves em 2013 e 2014. “Trata-se de um outro núcleo de agentes que também pratica crimes em razão da função pública desenvolvida”. 

O MPMG aguarda a conclusão do inquérito policial para tomar as providenciava cabíveis. 

* Com MPMG

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