Os professores de escolas particulares de Belo Horizonte decidiram pelo estado de greve após assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (19). Dessa forma, a aulas serão retomadas nesta sexta (20), mas podem ser suspensas a qualquer momento.
Uma nova paralisação está prevista para a próxima terça (24), quando as aulas devem ser suspensas mais uma vez. No dia, a categoria tem mais um encontro para discutir as reivindicações. Os professores prometem também uma manifestação na porta do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG). "Esperamos até lá uma resposta positiva do sindicato (patronal), no sentido de acatar nossa pauta e não a pauta deles", afirmou Aerton Silva, diretor de comunicação do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro).
Segundo o Sinpro, a paralisação desta quinta contou com a adesão total ou parcial de 40 escolas, sendo que educadores de mais de 60 unidades de ensino participaram. Já de acordo com o balanço do Sinep, apenas 16 escolas pararam das 970 que funcionam em BH e Contagem, na Região Metropolitana. (Confira no fim da matéria a lista das escolas que pararam)
Reivindicações
O sindicato dos trabalhadores pede um aumento compatível ao INPC (1,57%) mais 3% a título de valorização dos profissionais, somando 4,57%. Mas o sindicato patronal oferece 1%. Além disso, enquanto os profissionais pleiteiam um aumento do adicional por atividades extraclasses de 20% para 33%, as escolas querem passar para 10%.
Outro ponto é quanto às bolsas de estudo para filhos de professores. Atualmente, a cada cem alunos, as escolas concedem quatro bolsas, distribuídas de acordo com o tempo de sindicalização de cada um. Os que são sindicalizados há mais tempo têm preferência. A nova proposta patronal retira a obrigatoriedade dos descontos para filhos dos profissionais. O benefício também passaria a ser condicionado a um mínimo de 15 aulas por dia.
A nova convenção altera também a regra de concessão de intervalo. Atualmente, são 20 minutos após três aulas. Agora, como permitido pela nova legislação trabalhista, os professores passarão a trabalhar seis horas sem intervalo.
Férias e recesso também podem passar por mudanças. Nas regras atuais, os professores ficam de recesso de 24 a 31 de dezembro e gozam de férias de 2 a 31 de janeiro. A ideia é que as férias passem a ser tiradas obrigatoriamente de 26 de dezembro a 24 de janeiro. No caso dos professores da educação infantil, o descanso seria dividido em 20 dias em janeiro e os outros dez em um mês escolhido pelo empregador.
* Com Tatiana Lagôa
Confira as escolas que pararam nesta quinta em BH e Contagem:
Paralisação Total
- Centro Educacional Rogedo
- Colégio Ilumina
- Colégio Imaculada Conceição
- Colégio Loyola
- Colégio Magnum Agostiniano
- Colégio Marista Dom Silvério
- Colégio Sagrado Coração de Maria
- Colégio Salesiano
- Escola Técnica de Formação Gerencial
- Instituto Padre Machado
- Colégio Montessori
Paralisação parcial
- Colégio Arnaldo (Unidade Anchieta e Funcionários)
- Colégio Batista Mineiro
- Colégio Frederico Ozanam
- Escola Santo Tomás de Aquino
- Universidade Fumec
Total: 16
Porcentagem de instituições de ensino total ou parcialmente paralisadas: 1,6%