Professores das escolas particulares do Estado entram em greve a partir desta quarta-feira (25). De acordo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro), a decisão foi tomada durante assembleia com cerca de dois mil representantes da categoria na tarde terça-feira (24), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Na manhã da próxima quinta-feira (26), uma audiência de mediação será realizada entre o Sinpro e o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) na Justiça. À tarde, uma nova assembleia da categoria será realizada para definir os rumos do movimento.
O sindicato pede um reajuste compatível ao INPC (1,57%) mais 3% a título de valorização dos profissionais, somando 4,57%. Mas o sindicato patronal oferece 1%. Eles querem ainda a equiparação do piso dos educadores da educação infantil e um aumento do adicional por atividades extraclasses de 20% para 33%.
Outro ponto é quanto às bolsas de estudo para filhos de professores. Atualmente, a cada cem alunos, as escolas concedem quatro bolsas, distribuídas de acordo com o tempo de sindicalização de cada um. Os que são sindicalizados há mais tempo têm preferência. A nova proposta patronal retira a obrigatoriedade dos descontos para filhos dos profissionais. O benefício também passaria a ser condicionado a um mínimo de 15 aulas por dia.
A nova convenção altera também a regra de concessão de intervalo. Atualmente, são 20 minutos após três aulas. Agora, como permitido pela nova legislação trabalhista, os professores passarão a trabalhar seis horas sem intervalo.
Férias e recesso também podem passar por mudanças. Nas regras atuais, os professores ficam de recesso de 24 a 31 de dezembro e gozam de férias de 2 a 31 de janeiro. A ideia é que as férias passem a ser tiradas obrigatoriamente de 26 de dezembro a 24 de janeiro. No caso dos professores da educação infantil, o descanso seria dividido em 20 dias em janeiro e os outros dez em um mês escolhido pelo empregador.
A reportagem do Hoje em Dia tentou contato com Sindicato das Escolas Particulares de Minas (Sinep), mas ainda não teve retorno. No site do Sindicato há uma comunicado informando que o Sinpro/MG negou a proposta de prorrogação da data-base da categoria para o dia 30/05, para que haja mais tempo de negociação entre as partes. E que não se pode falar em greve da categoria, uma vez que a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem vigência até o dia 30 de abril e o SINEP/MG, prazo para a entregar uma nova contraproposta para os professores.
CORREÇÃO
O Instituto Padre Machado, ao contrário do que foi publicado anteriormente, informou que não haverá paralisação de professores nesta semana. Por meio de nota, o colégio afirma que apoia "que seus educadores participem das assembleias propostas pelo SINPRO-MG e pelo SAE-MG na luta por seus direitos. Contudo, informamos que embora acompanhe as negociações, a escola mantém o seu funcionamento normal e não está em greve."
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