Profissionais das escolas investem em iniciativas que proporcionam educação de qualidade

Raquel Ramos - Hoje em Dia
08/09/2014 às 08:11.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

O trabalho voluntário de uma aposentada de 82 anos tem ajudado a cidade de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a superar os altos índices de analfabetismo. Após três décadas de serviço na Escola de Pedagogia da UFMG, a doutora em Educação, Magda Soares Becker, se dedica, agora, a um projeto batizado de Alfaletrar, garantindo uma nova perspectiva de futuro a 4 mil crianças do município.   No Dia Internacional da Alfabetização, o Hoje em Dia destaca exemplos de educadores como Magda que, sem limitar-se às quatro paredes de uma sala de aula, investem em iniciativas que proporcionam educação de qualidade.   No caso de Lagoa Santa, os problemas estavam relacionados à falta de didática dos professores. “A maioria tinha bagagem teórica, mas não estava preparada para o dia a dia de uma escola”, observou Magda que, há oito anos assumiu essa nova missão. Desde então, ela se encontra semanalmente com representantes das 23 escolas da cidade para lhes dar dicas de ensino. Cada educador é responsável por repassar as lições aos colegas de trabalho.   Além disso, Magda incentivou o município a investir nas bibliotecas infantis que, até pouco tempo, sequer existiam na maioria das instituições. “As crianças precisam ter contato com o livro para adquirir gosto pela leitura. A consolidação do processo de alfabetização depende desse recurso”.   Obras infantis também são a base de um projeto desenvolvido na Escola Estadual Professor Leon Renault, no bairro Gameleira, região Oeste de BH. A responsável pelo trabalho é a professora Betânia Dias que, uma vez ao mês, se fantasia de um personagem durante o Piquenique Literário.   “As turmas de 6 a 8 anos se reúnem em um espaço verde da escola. Lá, conto uma história para aguçar a imaginação e a curiosidade deles pelos livros”. Em seguida, cada criança é desafiada a escolher uma obra para ler.   Em um ano de trabalho, os resultados já são perceptíveis, garante Betânia. “Toda semana querem ir na biblioteca, levam livros para casa e isso está contribuindo para consolidar o conteúdo ensinado dentro de sala”.     Jogos ajudam na formação das crianças   A alfabetização não é um processo mecânico, muito menos a mera cópia de palavras escritas em um quadro. Para fugir dos métodos tradicionais de ensino, a psicopedagoga Janine Lopes desenvolveu um projeto que apresenta o mundo das letras às crianças por meio de jogos e brincadeiras. O trabalho é aplicado na Escola Gaivotas, localizada na zona Sul da capital.   “Várias atividades são adaptadas para se transformarem em uma oportunidade de aprender. Se os alunos vão tirar o sapato para brincar na areia, por exemplo, os professores aproveitam para pedir que escrevam os nomes nos calçados”. Além disso, a escola criou os próprios jogos que aumentam o interesse dos pequenos pela alfabetização.   Como o ritmo de aprendizado é diferente, as atividades são divididas de modo que cada criança fique com o jogo compatível com aquilo que já assimilou. “O projeto demanda dedicação e tempo, é verdade. Mas nos sentimos recompensadas ao ver os alunos respondendo positivamente ao trabalho”.

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