Estudantes do segundo ano do ensino médio da rede estadual de educação terão a chance de mostrar que têm veia empreendedora. A partir do próximo dia 25, escolas de BH poderão inscrever alunos interessados em participar do “Meu Primeiro Negócio”, programa que será desenvolvido pelo Governo de Minas até o fim de 2018. As melhores ideias, inclusive, receberão verba para serem colocadas em prática.
A primeira fase do projeto abrange apenas os jovens matriculados na capital. Quem já está sabendo da iniciativa, faz planos. É o caso de João Victor Santos da Silva, de 16 anos, aluno da Escola Estadual Santos Dumont, na região de Venda Nova.
Filho de empreendedores, o rapaz não descarta seguir o mesmo caminho dos pais. “Sempre quis criar algo inovador. Essa pode ser uma boa oportunidade. Ainda não tenho uma ideia formatada, mas já comecei a pensar no que poderei desenvolver”.
Apesar de não ter uma disciplina diretamente ligada à temática “empreendedorismo” na grade curricular, João Victor diz vislumbrar em outros conteúdos a base para montar o primeiro negócio, como a matemática. “Mas ter um projeto voltado para isso é melhor, dá mais conhecimento”, avalia.
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), Miguel Corrêa, o “Meu Primeiro Negócio” é uma oportunidade para que alunos de baixa renda também sejam iniciados no mundo dos negócios.
“Com o programa, queremos despertar a mente empreendedora e trazer o estudante para mais próximo do que ele pensa profissionalmente”, comenta.
Ele afirma que equipes da pasta visitarão as escolas para divulgar a iniciativa e ensinar os interessados a elaborarem as propostas.
“Pode ser qualquer inovação. Uma assinatura de uma barbearia, na qual a pessoa adquire o serviço e tem direito a fazer um número de barbas por mês”, exemplifica o secretário.
Comportamento
Para especialistas, abordar o comportamento empreendedor é muito importante entre os mais novos. Eduardo Vilas Boas, co-fundador do Instituto Fazendo Acontecer, que desenvolve oficinas sobre o tema com foco em crianças e adolescentes de 10 a 18 anos, afirma ser preciso despertar as habilidades empreendedoras dos jovens, seja dentro ou fora da sala de aula.
“Abrir uma empresa é opção, mas muitos desses alunos podem descobrir características, como a liderança por exemplo, que o ajudarão no mercado de trabalho, não necessariamente como empresários”, observa Eduardo.