Psicólogas e advogadas mineiras podem aderir a rede de acolhimento à mulher violentada

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
20/07/2018 às 20:40.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:31
 (Editoria de Arte)

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A cada hora, pelo menos 16 mulheres são vítimas de violência doméstica em Minas Gerais. Os números preocupam. Com a proposta de oferecer suporte a quem foi agredida, um serviço on-line será lançado na próxima semana. O Mapa do Acolhimento busca formar uma rede de apoio para realizar atendimentos nas áreas da saúde e jurídica. Até o momento, 113 advogadas e médicas já se cadastraram como voluntárias.

Os trabalhos serão prestados gratuitamente a mineiras violentadas que encontram dificuldade no acesso ao serviço público e não tem como pagar por eles na rede privada. A vítima poderá entrar em contato por meio de um site ou redes sociais.

A ideia de conectar profissionais e mulheres agredidas começou a tomar forma em 2016. Na época, o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em um baile funk, no Rio de Janeiro, ganhou repercussão nacional. Com o crescimento da iniciativa, os idealizadores decidiram abrir espaço para pessoas de outros estados participarem do projeto, dentre eles, Minas.

Membro do Mapa do Acolhimento desde a criação, a psicóloga Andrea Viana afirma que a rede é uma forma de dar força às vítimas. “Quando trabalhei em um projeto, do governo de Minas, na Febem (extinta Fundação do Bem-Estar do Menor), vi que muitas garotas foram abusadas e se tornaram violentas depois. Quando fiquei sabendo do projeto, me interessei na hora”.

No ano passado, 342 mulheres foram estupradas por algum membro da família só a Belo Horizonte, segundo a Sesp

Divulgação

Apesar de a plataforma já estar acessível no território mineiro, nenhum atendimento foi feito. A coordenação da iniciativa atribui à pouca divulgação. “Acredito muito no que estamos propondo. Essa cooperação é fundamental para que cada uma se sinta acolhida em situações de violência e vulnerabilidade”, diz Clarissa Andrade, psicóloga que atua em Ouro Preto, na região Central.

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), existe uma rede integrada de atendimento à mulher, composta não só pelas polícias, mas também pelo poder judiciário. Em qualquer localidade, a vítima pode ligar para as polícias Militar, no número 190, Civil, no 197, ou na Central de Atendimento à Mulher, no 180.

A meta do Mapa do Acolhimento é que até o fim deste ano o serviço esteja disponível em todo o Brasil. “Foi por saber que o Estado, muitas vezes, não consegue lidar com a urgência de acolher vítimas de violência que optamos por criar uma rede de solidariedade”, conta Isabel Albuquerque, coordenadora do projeto. Interessadas em participar como voluntárias podem se inscrever pelo site queroacolher.mapadoacolhimento.org.

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