(Flávio Tavares)
Um caminho alternativo no meio da Lagoa da Pampulha serve de atalho para ciclistas, motociclistas, pedestres e até carroças. De longe, a paisagem destoa em meio ao espelho d’água de um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. Na parte mais larga da via alternativa há carros estacionados e algumas pessoas montam estruturas completas para pescaria.
A “rua” liga a marcação do quilômetro 10, na altura do número 13.680 da avenida Otacílio Negrão de Lima, ao 13, próximo ao número 11.197. O trajeto economiza uma parte da volta pela orla, mas pode representar perigo para quem passa por lá, como risco de assalto.
ROTA ANTIGA
Segundo a prefeitura, o caminho é antigo. Foi criado na década de 1990 para passagem de caminhões que transportavam o material escavado no desassoreamento da Lagoa da Pampulha. Após a conclusão do serviço, optou-se por manter a via para manutenções posteriores.
No entanto, quem utiliza a estrutura são os próprios moradores que tentam poupar tempo. “Passa todo mundo aí. Quando pedem informação para ir para o zoológico, a gente fala que é só atravessar. Não tem erro”, contou o vendedor Zilmar Pereira dos Santos, de 53 anos.
Apesar da facilidade, alguns trechos do local são arriscados. Zilmar conta ter usado a travessia várias vezes. Porém, atualmente, prefere dar a volta para não arriscar furar os pneus da bicicleta. “É melhor, mesmo sendo mais distante”.
Na parte mais larga da rota há carros estacionados e algumas pessoas montam estruturas para a pesca (Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia)
Mata e sujeira
Parte do caminho, nas proximidades do quilômetro 10, fica coberto por árvores e às margens de uma das partes mais sujas da lagoa.
Até mesmo durante o dia, de acordo com os moradores, passar por lá pode se tornar um atalho perigoso. Mesmo com o risco, o caseiro Franklin da Silva Vieira, de 34 anos, prefere usar a via alternativa e até chama os amigos para pescar no local. “Está tendo muito peixe. É bem tranquilo pescar aqui”, afirmou.
Por causa da estrutura aberta para a passagem de pedestres, parte da água da Lagoa da Pampulha acabou represada em um dos lados. O veterinário Rogério Pissolati, de 52 anos, não concorda com a situação. “Eu sou contra. Tinha que tirar isso tudo e voltar ao que era antes”, disse, relembrando como o espelho d’água era há algumas décadas.
Apesar da insegurança, a Prefeitura de Belo Horizonte não informou se irá tomar medidas para barrar o acesso de pedestres e veículos ao caminho.