Quase 70% dos dependentes químicos em Minas experimentaram drogas antes dos 18 anos

Hoje em Dia
05/02/2015 às 10:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:55

A maior esmagadora dos dependentes químicos em Minas Gerais fizeram o consumo de drogas pela primeira vez entre os 12 e 17 anos. Estudo divulgado nesta quinta-feira (5) pela Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod) revelou que o índice foi de 67,5%. A pesquisa que traçou o perfil dos viciados  foi realizada em 2014 com 1.976 pacientes do Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (CREAD).   A análise mostrou que 83,5% dos entrevistados são homens e 51% desse total tem hoje entre 25 e 29 anos. Os jovens entre 18 e 24 anos representam 15,5% dos dependentes, enquanto os adolescentes entre 12 e 17 anos somam 5%. A pesquisa indicou, ainda, que 51% dos pacientes têm problemas na Justiça.   Conforme o estudo, o consumo de droga para 37% dos pacientes começou com o álcool, com o tabaco aparecendo em seguida, com 32%. Hoje, 17% usam crack. Aproximadamente 21% assumiram nunca ter ficado sem drogas depois de experimentar pela primeira vez.   O levantamento abordou também as condições econômicas e sociais dos entrevistados. A renda mensal familiar é de zero a um salário mínimo entre 38% dos pacientes e de um a três salários em 40% dos casos, sendo que 41% relataram estar desempregado quando procuraram atendimento. Cerca de 45% das pessoas têm ensino fundamental incompleto.   Ainda de acordo com o balanço, 45% dos dependentes químicos procuraram ajuda sozinhos e 82% contou que algum parente já havia usado droga. Quase a metade, 49%, nunca tinha feito tratamento para combater o vício. A metade afirmou que já ficou um tempo sem drogas – porém, voltou a usar uma dosagem ainda maior.   Políticas públicas   A Supod informou que o estudo é usado para nortear as políticas publicas de combate às drogas no Estado. “Apesar de o foco ser o tratamento das drogas, tenta-se ver a pessoa como um todo. O uso de entorpecentes traz, principalmente, problemas sociais e financeiros”, disse a superintendente do Cread, Rosângela Paulino.   O Cread é o polo de implementação das políticas públicas sobre drogas de Minas. Em BH, há uma equipe técnica do Cread composta por psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros que atendem e orientam, gratuitamente, educadores, famílias e os próprios usuários de álcool e outras drogas. Quando necessário, os técnicos encaminham o demandante para instituições especializadas em dependência química da rede de saúde ou grupos de mútua ajuda. 

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