(Divulgação)
Funcionários de uma empresa que atua na instalação de shopping centers, localizada no Belvedere, região Centro-Sul de Belo Horizonte, relatam que o prédio em que estavam tremeu na noite dessa quarta-feira (17), por volta das 20h10. O Gerente de Planejamento Financeiro da empresa, Leonardo Veloso, 34, conversou com o Hoje em Dia e contou o que aconteceu.
De acordo com Veloso, dez pessoas estavam em uma reunião do grupo Tenco, quando ele comentou que estava sentindo tonturas. Uma outra funcionária também se manifestou dizendo sentir uma espécie de vertigem. Leonardo disse que, quando olharam para a janela, a persiana estava balançando . "Foi quando sentimos que o prédio estava tremendo", confirmou.
A reunião foi interrompida, e o presidente da empresa tentou medir a oscilação da cortina. Segundo ele, ela se deslocava em torno de 5 centímetros, sem a atuação de ventos. O grupo decidiu deixar o 18º andar. Os funcionários acionaram o elevador, mas, segundo Veloso, o dispositivo estava produzindo alguns estalos. Todos optaram descer pelas escadas.
"Estávamos todos em reunião e não tínhamos ideia do que havia acontecido no Chile. Quando cheguei em casa e vi as notícias foi que consegui fazer alguma associação. Não sou especialista para saber se isso foi um reflexo do terremoto, mas foi muita coincidência, até mesmo o horário", completou Veloso.
De acordo com o professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis-Unb), Lucas Barros, doutor em sismologia, esses grandes terremotos que acontecem em países andinos liberam uma energia muito grande que se transformam em ondas sísmicas. "Essas ondas viajam por longas distâncias e podem ser sentidas em qualquer lugar, principalmente em locais mais altos. O tipo de geologia do terreno também pode influenciar nessa percepção", explicou o especialista. Ainda segundo Barros, a maior amplitude é sentida em andares superiores, onde é mais comum o edifício oscilar. O Belvedere Business Center possui 18 andares a partir do nível da rua e mais quatro abaixo do térreo.
Mais testemunhas
Uma vez no hall do edifício, eles encontraram com mais duas pessoas de outros andares que relataram ter sentido o mesmo abalo. "Uma menina do 12º andar e outra do 16º desceram até a portaria também com medo dos tremores, mas o porteiro, que estava no térreo, não sentiu nada", contou Leonardo.
O professor Lucas Barros tranquiliza os brasileiros. Segundo ele, por maior que seja o terremoto nesses locais onde é comum esse tipo de abalo sísmico, não há riscos de danos no Brasil, pois o foco está muito distante. " O máximo que pode acontecer é produzir medo, susto porque as pessoas sentem um tremor que não estão acostumadas a sentir; e a velocidade dessas ondas sísmicas podem ser estrondosas, mas não precisamos nos preocupar com nenhum tipo de dano", esclarece.
Nem o corpo de Bombeiros e e nem a Defesa Civil foram comunicados do ocorrido.