Rejeitos da barragem rompida em Mariana atingem santuário marítimo de Abrolhos, na Bahia

Aline Louise - Hoje em Dia
07/01/2016 às 19:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:56
 (ICMBio/Divulgação)

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A lama da Samarco, que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, já pode ter chegado ao Arquipélago de Abrolhos, no Sul do litoral da Bahia. A informação foi dada em coletiva em Brasília, nesta quinta-feira (7), pela diretora do Ibama, Marilene de Oliveira Ramos. “A mancha, que vinha se espraiando na direção Sul, ao longo do litoral do Espírito Santo, nos últimos dois dias, em função de um vento litoral muito forte, também se espraiou para o litoral Norte. Nós hoje (7) fizemos um sobrevoo na região das praias do Sul da Bahia e do Parque de Abrolhos e já registramos a presença de uma lama, que pelo aspecto visual, pela forma como foi avistada, tudo indica que seja a própria mancha, bastante diluída”.
 
Diante da constatação, Marilene disse que o Ibama já notificou a Samarco para que inicie imediatamente coletas de amostras da água, desde o Norte de Abrolhos, até a foz do Rio Doce, para confirmar a origem do material.

Procurado, o governo da Bahia informou que ainda não foi notificado pelo Ibama, nem pelo Ministério do Meio Ambiente, a respeito da provável mancha que já atinge a região.

Marilene destacou que a presença do material impacta toda a costa, que é rica em corais. “Se a água for mais cristalina os corais se reproduzem, quando aumenta a turbidez, mesmo que não nos níveis da foz do Rio Doce, há prejuízo para vida marinha e para os municípios costeiros, que ostentam uma qualidade de praia invejável”.

Segundo a diretora, apesar da mancha no litoral Norte do Espírito Santo, as análises não detectaram substâncias tóxicas nesta porção do mar. “Obviamente, nas zonas onde a turbidez é elevada, não é recomendável o banho”, destacou. Entretanto, ela disse que não há orientação para interdição das praias e que esta é uma questão que deve ser resolvida “caso a caso”.

De acordo com Marilene, em torno de 60 quilômetros de praia, há “altíssima turbidez”, não dando “nenhuma condição de balneabilidade”.

O presidente do Instituto Chico Mendes, Cláudio Carrera Maretti, que também participou da entrevista, reforçou que além do dano ambiental, há o prejuízo para o turismo. “O impacto econômico não se limita a uma restrição legal de balneabilidade, porque muitos turistas vão deixar de ir à praia por que o lugar teria deixado de ser atrativo”.

Atualizada às 21h03

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