Reunião na Câmara Municipal sobre problemas no entorno do Mineirão termina sem consenso

Hoje em Dia*
20/11/2014 às 18:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:06
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

A tentativa de resolver problemas de trânsito, comércio irregular e tumultos no Estádio Mineirão, em dias de jogos, fracassou na manhã desta quinta-feira (20). A audiência pública reuniu na Câmara Municipal de Belo Horizonte comerciantes, moradores e representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Governo do Estado, Guarda Municipal e a concessionária Minas Arena. Um novo encontro será agendada para tentar chegar a um acordo sobre o assunto.   Os problemas apresentados durante a reunião, segundo alguns dos presentes, seria resultado das proibições de estacionamento nas vias de acesso ao estádio e restrições à venda de bebidas no seu interior.    Os relatos são de uso de fogos de artifício jogados dentro de residências e próximo de um posto de combustíveis, congestionamentos, bloqueio de garagens, presença de ambulantes vendendo bebidas e alimentos sem autorização ou controle da vigilância sanitária, brigas, furtos, sujeira, torcedores urinando e até defecando em frente as residências e ainda a aglomeração de pessoas no último momento para entrar no Mineirão.   Segundo o vereador Coronel Piccinini (PSB), que solicitou o debate, com a proibição das bebidas alcoólicas e o alto preço da comida dentro da arena, uma grande massa se aglomera no entorno do estádio.    “Nossa proposta é a venda de alimentos de qualidade e bebidas alcoólicas a preços razoáveis em barracas licenciadas, dentro e fora do Mineirão, respeitando o período de até 90 minutos antes da partida do lado de fora e 30 minutos do lado de dentro”, posicionou-se Piccinini.   O vereador reconhece que a volta da bebidas alcoólicas vai de encontro com uma determinação de nível nacional sobre o assunto. “Regras podem ser alteradas. Esperamos sensibilizar as autoridades para negociar uma mudança na legislação e possibilitar mudanças”, afirmou.   Já o gerente de Operação José Severiano Braga da Silva, do Consórcio Minas Arena, que administra o Mineirão, relatou que, quando a venda de bebidas no interior era permitida, o número de ocorrências de transtornos era muito maior. Ainda segundo ele, o preço da comida é razoável.   Moradores    Representantes da Associação de Moradores Pro-Civitas concordaram com os problemas apontados, e ainda citaram outros, como pessoas que fazem churrasco sobre caminhonetes, o que poderia causar incêndios, e carros com som no volume máximo. Segundo o vice-presidente da associação, Claude Rene Camille Mines, a Polícia e a Prefeitura não conseguem fiscalizar porque sofrem violência de grupos de torcedores.   A superintendente de Ação Regional da BHTrans, Maria Odila de Matos, afirmou que, recentemente, o Move foi implantado na pista da Avenida Abraão Caram para melhorar o acesso à arena e ajudar na migração do transporte privado para o público. Em jogos clássicos, como Atlético X Cruzeiro, são colocados ônibus especiais para os torcedores de cada time, em pontos diferentes. Ela também garantiu que a questão do trânsito na região tem sido discutida exaustivamente, em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Municipal.   Reforço na segurança    O representante do Comando Geral da Polícia Militar, major Renan Santos Chaves, afirmou que a situação de insegurança passa pela falta de respeito e pela certeza da impunidade, por conta de entraves jurídicos que permitem ao infrator pagar uma multa e cometer novas infrações. Mas garantiu que a polícia tem condições de garantir a segurança em qualquer situação.   O secretário de Estado de Defesa Social, Marco Antônio Romanelli, também citou entraves. Entretanto, afirmou que, nos últimos jogos, o reforço policial foi maior na área externa que em partidas anteriores. Também citou medidas de monitoramento com a conexão de todas as câmeras a um centro de comando e controle reunindo órgãos de segurança do estado, tanto públicos quanto privados.   Plateia    Na plateia, o comerciante Evandro Tameirão afirmou que as pessoas não respeitam o espaço público porque faltam mínimas condições de infraestrutura, como banheiros. Ele reclamou que a mudança de trânsito feita pela BHTrans reduziu o movimento comercial  em 25% e a categoria não foi consultada. O representante da Federação Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas, Luciano Medrado, considerou a intervenção “absurda”, pois, segundo ele, piorou o tráfego.   (* Com CMBH)

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