Calor amplia risco de propagação do rotavírus em Minas

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
15/10/2014 às 08:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:37
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Além da já conhecida dengue e da recém-chegada febre Chikungunya, os belo-horizontinos devem ficar atentos a mais uma doença: o rotavírus. Responsável por diarreias agudas, vômitos e febre, o vírus, que atinge principalmente as crianças, tem levado muitos adultos a procurar atendimento médico.

De acordo com o membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Unaí Tupinambás, o calor excessivo e a baixa umidade do ar que vêm sendo registrados na capital mineira facilitam a propagação da doença, mais frequente no verão.

“Mas como o Brasil é um país de clima tropical, a transmissão pode se estender por um longo tempo”, afirma o médico.

Cuidados

Segundo ele, sempre que há registros de aumento da incidência de uma doença, os médicos ficam de sobreaviso e mais antenados aos sintomas relatados pelos pacientes. Essa medida, na avaliação de Tupinambás, evita diagnósticos equivocados, já que os sintomas do rotavírus são semelhantes aos de outras enfermidades.

“Com a história que o paciente vai construindo, sobre contato com outras pessoas infectadas, o quadro vai ficando mais claro para a gente”, diz.

Depois de confirmada a contaminação, os pacientes são orientados a reforçar a hidratação e a ficar em repouso. “Como trata-se de um vírus, tratamos apenas dos sintomas. Em pouco tempo, de três a cinco dias, a pessoa já começa a melhorar”, explica a vice-presidente da SBI, Thaís Guimarães.

A infectologista ressalta que ambientes fechados e a falta de higiene pessoal contribuem para a propagação do vírus, sobretudo pelas mãos. “Para os pacientes com idades extremas, como bebês e idosos, o rotavírus é mais perigoso, por causa da desidratação”.

Controle

Atualmente, a vacina contra o rotavírus é destinada somente a crianças com menos de seis meses de vida (uma dose aos dois meses e outra aos quatro). A imunização não abrange todas as variações do vírus.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a doença não é de notificação compulsória, portanto, não há balanço de infectados na cidade, mas assegurou que não existe notificação de surto.

Alerta para doenças respiratórias

Em função do clima e má qualidade do ar atuais, outras doenças são comumente observadas nessa época do ano, principalmente nas crianças.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte alerta para os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): pneumonias, bronquites, bronquiolites e outras infecções de vias aéreas inferiores.

Nesses casos, os sintomas são febre, tosse, dispneia ou desconforto respiratório. Neste ano, 1.185 casos de pacientes com SRAG já foram notificados na cidade.

 

 

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