Fiocruz descobre que pernilongo comum pode transmitir o vírus zika

Da Redação (*)
horizontes@hojeemdia.com.br
09/08/2017 às 15:54.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:00
 (Christina Peixoto, pesquisadora da Fiocruz PE)

(Christina Peixoto, pesquisadora da Fiocruz PE)

Dados consistentes encontrados por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, no Recife, mostram que o pernilongo comum (Culex quinquefasciatus), tipicamente urbano, pode ser um dos transmissores do vírus zika, além do vetor já conhecido e temido Aedes Aegypti.

Por meio de sequenciamento genético, os pesquisadores do Departamento de Entomologia da instituição descobriram que o zika consegue alcançar a glândula salivar do animal. Em laboratório, a equipe comprovou que o vírus é capaz de se replicar dentro do mosquito.

Os resultados do estudo foram publicados, ontem, na revista Emerging microbes & infections, do grupo Nature. O artigo é intitulado “Zika virus replication in the mosquito Culex quinquefasciatus in Brazil” e pode ser encontrado na íntegra na internet.

Para a coordenadora do estudo, Constância Ayres, o artigo demonstra, “de diversas formas”, a possibilidade do Culex ser um dos vetores do vírus zika

Aprofundamento

A pesquisa foi conduzida pela Fiocruz Pernambuco na Região Metropolitana do Recife, onde a população do Culex quinquefasciatus é cerca de vinte vezes maior do que a de Aedes aegypti

De acordo com a instituição, o artigo “demonstra” a possibilidade de transmissão do vírus zika por meio do pernilongo na cidade e não somente pelo Aedes Aegypti

O próximo passo é analisar “o conjunto das características fisiológicas e comportamentais, no ambiente natural, para entender o papel e a importância dessa espécie na transmissão do vírus zika”, informou a instituição em comunicado.

765 casos prováveis de zika foram registrados em Minas Gerais neste ano, até o dia 31 de julho, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde

Evolução

O genoma do zika já havia sido sequenciado em 2016 pelo Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco, em parceria com pesquisadores da Universidade de Glasgow, na Escócia, mas na ocasião foi usada uma amostra humana. 

Esse sequenciamento é uma espécie de mapa de cada gene que forma o DNA do vírus. Agora, pela primeira vez no mundo, o mapeamento é feito a partir do mosquito.

(*) Com Agência Brasil

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