Surto de caxumba no Rio coloca autoridades mineiras em alerta

Hoje em Dia
10/07/2015 às 17:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:51

Um surto de caxumba, doença infecciosa, que já contabilizou 606 casos suspeitos até essa terça-feira, no Rio de Janeiro, na região Sudeste, coloca em alerta as autoridades sanitárias de Minas Gerais. A possibilidade de uma epidemia no Estado é real, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES). Em Belo Horizonte, os números indicam um crescimento da doença. Em 2013, foram 14 casos; em 2014, 33; e neste ano, já foram regsitradas 36 ocorrências até esta sexta-feira (10), segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.    Até quem acredita estar protegido, por meio da vacina Tríplice Viral – que também imuniza contra o sarampo e a rubéola - pode ser acometido pela enfermidade: “Recentemente, vários países tem identificado surtos de caxumba que envolvem grupos de pessoas vacinadas previamente”, diz a coordenadora estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES, Janaina Fonseca Almeida.   A razão para o adoecimento em pessoas vacinadas previamente, no entanto, são desconhecidas. De acordo com a coordenadora Janaina Almeida, as causas para a contaminação ainda estão em estudo. No Brasil, a vacina contra caxumba passou a ser fornecida gratuitamente nos postos de saúde a partir de 2002. Em Minas, a cobertura vacinal contra a enfermidade é considerada boa, pois está acima de 95%.   Mesmo com uma cobertura satisfatória, estratégias em saúde já foram acordadas no Estado para o caso da ocorrência de uma epidemia. A coordenação de Imunização Estadual, em decisão conjunta com o Ministério da Saúde, decidiu que se houver o surto da doença, irá realizar o bloqueio vacinal, de forma indiscriminada, em todos as pessoas que tiverem tido contato com um paciente infectado. “Mesmo aquelas pessoas que já possuem duas doses de vacina serão vacinadas novamente”, explica Janaina. No Rio de Janeiro, onde a Secretaria Municipal de Saúde apura se uma estudante de 13 anos morreu por complicações da doença, foram registrados outros 44 casos suspeitos da enfermidade apenas na mesma escola em que a aluna cursava o 1.º ano do ensino médio.   Notificações   Para o médico infectologista, membro da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Alessandro Plá Bento, não há razão para pânico. "Casos da doença são muito raros em Minas. A doença é controlável por vacina e dificulmente leva a complicações", diz o especialista. No Estado, a doença não é de notificação obrigatória, por recomendação do Ministério da Saúde. “ Só há notificados em casos de surtos. Estamos avaliando os dados que temos disponíveis”, acrescenta Janaina Almeida.   A vacinação contra a caxumba é realizada em duas doses. Com 1 ano de idade a criança recebe uma dose única da vacina tríplice viral. Após 3 meses, é aplicada a dose da vacina tetraviral, que é contra o sarampo, rubéola, caxumba e varicela. De acordo com a especialista, o ideal é que adolescentes até 19 anos tenham pelo menos as duas doses das vacinas ao longo da vida. “Se não possuírem as duas doses, podem se vacinar na rotina nos serviços de saúde”, orienta. Na capital mineira, a prefeitura disponibiliza a vacina triviral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) nos postso de saúde.    A doença   Mais comum no inverno, a caxumba atinge, principalmente, crianças e adolescentes. A enfermidade é transmitida por via respiratória, por um vírus presente em secreções da saliva, tosse ou espirros. " Por isso a transmissão é mais fácil nessa época do ano. Pois, as pessoas ficam mais aglomeradas, ambientes fechados", explica o infectologista Carlos Alessandro Plá Bento.   Entre os principais sintomas da doença estão a febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza. Segundo o médico, os vírus atacam as glândulas salivares perto do ouvido e do maxilar, causando inchaço nessas regiões. A doença, no entanto, pode evoluir com complicações e causar inflamação dos testículos e dos ovários. " É quando o leigo fala que a inflamação desceu. Complicação mais raras podem levar ainda a inflamação no cérebro e causar a morte do paciente", completa Carlos Alessandro.   Segundo ele, para evitar complicações, é importante que o paciente tome alguns cuidados, como permanecer em repouso e seguir as orientações médicas. O infectologista explica que a doença é autolimitada e o tratamento realizado com analgésicos.  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por