Sedimentos que vazaram de mineroduto atingiram 7 km de rio na Zona da Mata

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
13/03/2018 às 14:40.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:50
 (Reprodução vídeo Facebook Gilmar Oliveira)

(Reprodução vídeo Facebook Gilmar Oliveira)

Os sedimentos que vazaram após o rompimento de um mineroduto em Santo Antônio do Grama, na região da Zona da Mata, já percorreram cerca de sete quilômetros dentro do rio. A informação é da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

A tubulação da empresa Anglo American Minério de Ferro S.A  se rompeu na manhã dessa segunda-feira (12). Desde então, a captação de água no rio foi suspensa pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais.

Nesta terça-feira (13), técnicos da Semad sobrevoaram toda a extensão do rio Santo Antônio até a confluência com o Rio Casca. "Percebeu-se que o material mais pesado se sedimentou no leito do Ribeirão Santo Antônio, passando pela cidade de Santo Antônio do Grama. Já o material mais fino chegou a atingir o Rio Casca, porém bastante diluído", informou a Semad por meio de nota.

Com o acidente, cerca de três mil consumidores tiveram o abastecimento de água interrompido. Segundo a Copasa, o corte nas casas foi feito antes da chegada da mancha de minério ao ponto de captação no ribeirão.  E até que o serviço seja normalizado, a população vai ser abastecida com caminhões-pipa.

Penalidades

O Ministério Público Federal em Viçosa (MPF/MG) instaurou inquérito civil para investigar as causas e apurar responsabilidades. Já o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que uma equipe do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim) está no local para apurar a extensão dos danos. Só depois adotará todas as providências necessárias para a reparação total dos estragos.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), responsável pelo licenciamento ambiental, também enviou uma equipe ao local para avaliar vistoria e eventuais sanções administrativas.

A empresa

A Anglo American esclareceu que o resídio que atingiu o leito do rio consiste em 70% de minério de ferro e 30% de água, sendo classificada pela NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como resíduo não perigoso. 

 "A empresa reforça o seu compromisso com o bem-estar e pronto-atendimento às comunidades próximas às suas operações e está dedicando todos os seus esforços para evitar que o fato cause impacto às populações vizinhas", explicou em nota a empresa.

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