Laudo de reconstituição do atentado contra Ana Hickmann deve ficar pronto em 20 dias, diz defesa

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
06/04/2017 às 14:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:01
 (Instagram/Reprodução)

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Os laudos periciais sobre a reconstituição do atentado contra a apresentadora Ana Hickmann, realizada nesta quinta-feira (6), devem ficar prontos em 20 dias. Os documentos serão protocolados nos autos do processo, conforme a defesa de Gustavo Henrique Bello Correa, cunhado de Ana, que matou a tiros um fã da apresentadora. 

O crime, ocorrido em maio de 2016, foi simulado nesta quinta por volta das 11 horas por peritos contratados pela defesa de Gustavo. A cena foi reconstituída por 1h30 no mesmo lugar do atentado: em um quarto no hotel Caesar Business, no bairro Belvedere, na capital mineira.

No ano passado, um fã da apresentadora, Rodrigo Augusto de Pádua, invadiu o quarto do hotel em que ela, o cunhado e a esposa dele, Giovana Oliveira, assessora de Ana, estavam hospedados. Rodrigo atirou contra Giovana e, em seguida, foi morto com três disparos na nuca, feitos por Gustavo. 

O advogado de defesa do cunhado de Ana, Maurício Bemfica, explicou que a reprodução simulada dos fatos é "uma estratégia utilizada para mostrar ao poder judiciário que, no momento do atentado, Gustavo agiu em legítima defesa". 

Em entrevista coletiva nesta manhã, Gustavo se mostrou abalado em reviver a situação e disse que gostaria que o desenrolar do caso tivesse ocorrido de outra maneira. "É péssimo lembrar que tenho uma esposa em casa que não entra mais em hotel, que tem diversas marcas pelo corpo e uma bala para o resto da vida. A gente veio aqui para esse hotel para trabalhar enquanto o outro veio para matar, e a gente ainda assim tem que provar não sei o quê", disse.

Participaram da simulação dois peritos e uma fotógrafa. Das pessoas presentes no dia do crime, somente Gustavo estava na simulação. A esposa, a apresentadora e o atirador foram representados por atores.  

Questionado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que não teve participação e e nem enviou representantes à simulação feita pela defesa de Gustavo e que não irá comentar o caso. Conforme Maurício, uma perita do MPMG foi convidada a acompanhar a reconstituição, mas não compareceu. 

Em nota, o hotel Caesar Business Belvedere informou que “permanece à disposição das autoridades para contribuir com a reconstrução histórica dos fatos, a fim de que o caso ocorrido com a apresentadora Ana Hickmann no ano passado seja julgado em processo justo".

Entenda

Ao contrário do resultado apontado na investigação da Polícia Civil, o MPMG apresentou denúncia contra o cunhado da apresentadora Ana Hickmann por homicídio doloso, quando há intenção de se cometer o crime, em julho de 2016.

Um mês antes, o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, havia pedido o arquivamento do inquérito, alegando que o cunhado da apresentadora teria agido em legítima defesa. Pádua foi morto com três tiros na nuca, depois de luta com Correa.

Na argumentação da denúncia, entregue à Justiça pelo promotor Francisco de Assis Santiago, o MPMG aponta que Correa começou a agir em legítima defesa, mas excedeu a condição e praticou homicídio doloso. A principal prova disso, segundo a promotoria, é que Pádua morreu com três tiros na nuca.

Relembre o caso

Morador de Juiz de Fora, o agressor se hospedou no mesmo hotel da equipe da apresentadora, que estava na cidade para o lançamento de produto da sua marca.

A tentativa de assassinato da apresentadora e a morte do agressor ocorreram na tarde de um sábado. Pádua se hospedou no hotel no dia anterior, conforme investigações da Polícia Civil, e passou a observar integrantes da equipe da apresentadora a partir do almoço de sábado.

Por volta das 14h, ele rendeu o cunhado da apresentadora e o obrigou a levá-lo até o quarto onde estavam Ana Hickmann e sua assessora, Giovana Oliveira, mulher de Correa.

Ao chegarem, Pádua obrigou os três a se sentarem voltados para a parede e passou a xingar a apresentadora. O agressor então disparou a arma e acertou o ombro esquerdo de Giovana. Ana Hickmann estava abraçada à cunhada com a cabeça na parte da frente do ombro da assessora alvo do disparo.

Correa, então, reagiu, passou a lutar com Pádua, tomou-lhe a arma e o matou com três tiros na nuca, segundo as investigações.

O tiro que acertou o ombro de Giovana passou pelo abdomen e saiu pela perna direita. A assessora ficou internada por doze dias, inicialmente, no hospital Biocor, em Belo Horizonte, e depois no Sírio Libanês, em São Paulo. 

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