A Polícia Civil desarticulou a atuação da gangue Organização Terrorista do Sacramento (OTS), que atuava no Aglomerado da Serra, região centro-sul de Belo Horizonte, e é apontada como a responsável pelos confrontos armados no conjunto desde janeiro deste ano. De acordo com a delegada Ingrid Estevão, a disputa entre as gangues começou quando um rapaz, conhecido como Batata, foi assassinado em frente a uma boca de fumo, em setembro do ano passado. O crime quebrou um acordo de paz entre a OTS e outras gangues que perdurava desde 2010.

A investigação da morte levou policiais para o Aglomerado, realizando apreensões e desencadeando a guerra entre as facções. Segundo Ingrid Estevão, policiais foram ameaçados por Wender Wesley Ferreira de Oliveira, conhecido como Peixinho, apontado como chefe do tráfico na região. "Ele já tentou atirar contra a própria mãe, era uma pessoa perigosa que tentou assustar os investigadores durante os trabalhos", contou a delegada.

Além de Wender, foram presos o irmão dele, Wagner Ferreira de Oliveira, conhecido como "Nem"; Jefferson Felipe Pereira Alves, o "Gordo", Deyber Santos Fabrini, o "Deibim", Hernane Eduardo Fernandes Santos, o "Bil", Marcelo da Silva Martins, o "Marcelão" e Gustavo Henrique Ribeiro de Oliveira, o "Gustavinho". Outros quatro integrantes continuam foragidos. Com os presos, foram encontradas 13.500 cápsulas usadas como invólucros para drogas e que eram distribuídas por Gustavo em um táxi. Também foram apreendidas drogas, R$ 10 mil em notas falsas já repassadas à Polícia Federal e pouco mais de R$16 mil em dinheiro.

Ainda de acordo com a delegada, restam outros sete grupos criminosos responsáveis pelo tráfico na região e policiais civis vão continuar locados no Aglomerado para desarticular as quadrilhas."Há muito trabalho ainda a ser feito, principalmente com os homicídios que ainda estão sendo investigados. Nós temos uma operação prevista para o ano todo para lidar com a questão", informou.

Relembre

A guerra de gangues no Aglomerado vinha assustando moradores, assustados com tiroteios mesmo durante o dia. Escolas e postos de saúde ficaram fechados desde janeiro e itinerários de linhas de ônibus foram alterados. A Polícia Militar chegou a ocupar dezenas de vias, praças e becos considerados pontos de distribuição de drogas no conjunto.

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