Sem capina, mato invade bairros de Belo Horizonte

Danilo Emerich - Do Hoje em Dia
21/06/2012 às 14:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:00
 (Maurício de Souza)

(Maurício de Souza)

Para conseguir entrar com o carro na garagem de casa, o analista de sistemas Pedro de Lafuente, morador do bairro Bandeirantes, na Pampulha, teve que capinar o mato da calçada que estava impedindo a passagem. Um serviço que deveria ser feito pela prefeitura, mas que está suspenso há quatro meses em 144 bairros de Belo Horizonte.

Desde o fim de fevereiro, os moradores das regionais Norte, Venda Nova e Pampulha estão sem a capina nas ruas e calçadas, problema que passa a ser realidade também em todas as outras seis regionais da cidade a partir de hoje.

Quem mora nos bairros onde o problema se arrasta desde fevereiro, conhece muito bem a consequência que isso traz para o dia a dia. Os motoristas têm que parar os carros muito longe da calçada, afetando o trânsito, os pedestres acabam tendo que passar no meio da rua e ainda cresce a insegurança dos moradores.

“À noite, o mato alto pode virar esconderijo de criminosos, por isso tomo mais cuidado quando chego em casa, mesmo com as guaritas de segurança instaladas em algumas ruas”, revela o analista de sistemas.

A proliferação de ratos, baratas e escorpiões é outra preocupação de quem mora nesses locais. “Como minha casa fica perto de um córrego, o número de animais desse tipo tem aumentado muito depois que a capina não tem sido mais realizada”, afirma Caroline de Paula, moradora do bairro Alípio de Melo, área de responsabilidade da Regional Pampulha.

A empresária, que via a limpeza sendo feita nas ruas semanalmente, percebeu que alguma coisa estava errada e resolveu procurar a prefeitura. “Liguei para o 156 (Central de Atendimento da prefeitura) e abri um protocolo. Depois de não obter uma resposta, liguei novamente e fiquei sabendo que o serviço estava suspenso e fui orientada a procurar a Ouvidoria”.

A empresa Arclan Serviços, Transportes e Com. Ltda, que era responsável pela capina nas regionais Pampulha, Venda Nova e Norte, não quis renovar o contrato, que venceu em fevereiro, sob o argumento de problemas financeiros. “Eles alegaram que o preço que estava sendo praticado não era viável, mas o valor foi sugerido pela própria empresa durante a licitação”, explica o gerente regional de Limpeza Urbana, Osvaldo Machado.

O contrato com as empresas que faziam o serviço nas outras regionais venceu na última quarta-feira (20). Portanto, a cidade inteira passa a ficar sem a capina. Enquanto a situação não é resolvida, os moradores se viram do jeito que podem. “Eu mesmo retiro o mato que invade a minha casa, mas sei que é uma atribuição da prefeitura, pagamos por isso no IPTU. E muito caro”, alega Pedro.

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