Sem sobras no estoque, BH fica de fora de expansão em vacinação contra o HPV

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
18/08/2017 às 16:22.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:09
 (Pedro Cisalpino/SES/Divulgação)

(Pedro Cisalpino/SES/Divulgação)

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta (17) que os municípios podem aplicar a vacina de HPV em jovens entre 15 e 26 anos se tiverem doses em estoque com prazo de validade até setembro de 2017. Mas a medida não beneficia homens e mulheres nessa faixa etária em Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há estoque de vacinas com curto prazo de validade nos postos de saúde no município.

A secretaria afirma também que investiu em campanhas de vacinação nas escolas públicas e particulares da capital mineira, permitindo que a cobertura vacinal fosse satisfatória – o recomendado é atingir 80% do público-alvo.

Já a Secretaria de Estado de Saúde afirma que não possui ainda o levantamento de quais municípios em Minas teriam o estoque de vacinas com prazo de validade até setembro. O Ministério da Saúde permitiu que cada município possa administrar os próprios estoques.

A decisão do ministério foi tomada para que não haja desperdício de doses em municípios onde não houve uma cobertura vacinal satisfatória.

Público-alvo

Iniciada em 2014, a vacinação contra o HPV tem como público-alvo meninos na faixa etária de 11 a 13 anos e meninas de 9 a 14 anos. São administradas duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. A vacina HPV Quadrivalente é segura, eficaz e é a principal forma de prevenção contra o aparecimento do câncer do colo de útero, 4ª maior causa de morte entre as mulheres no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Nos homens protege contra os cânceres de pênis, orofaringe e ânus. Além disso, previne mais de 98% das verrugas genitais, doença estigmatizante e de difícil tratamento.

Para a faixa etária de 15 a 26 anos, beneficiada em alguns municípios, a orientação do Ministério da Saúde é o esquema vacinal com três doses, com intervalo de dois e seis meses. As pessoas que tomarem a primeira dose neste período, excepcionalmente, terão as duas doses subsequentes garantidas no SUS. A recomendação é que os municípios utilizem as vacinas com prazos de validade a expirar até que durem esses estoques, evitando as perdas e dando a oportunidade para que essas outras faixas etárias possam usufruir dos benefícios proporcionados pela vacina.

O Ministério da Saúde afirma que repassa mensalmente as vacinas aos estados conforme solicitação local. Os estados, por sua vez, são responsáveis por distribuir as doses aos municípios para garantir a vacinação da população. As vacinas e medicamentos recebidas pelo ministério têm seis meses de fabricação no máximo.  

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